O objetivo desta pesquisa é apresentar as vivências de um grupo de musicoterapeutas, que residem e atuam na cidade de São Paulo, quanto ao seu trabalho com pessoas idosas com Doença de Alzheimer. Foram entrevistados 19 musicoterapeutas, no final do segundo semestre de 2022, cujas idades variaram entre 23 e 74 anos (mediana 47), sendo 14 mulheres e cinco homens. Todos declaram ter cursado superior completo, sendo que 11 eram bacharéis em musicoterapia, dos quais dois tinham doutorado na área e quatro mestrado. Todos os 19 fizeram ou pós-graduação ou especialização em musicoterapia. A mediana de anos de formação foi de 8 anos, mesma do exercício da profissão. A maioria refere menciona trabalhar de forma autônoma e de maneira individual com pessoas idosas com Doença de Alzheimer leve a moderada, porém, os que refeririam trabalhar em instituições de longa permanência, referem trabalhar de forma grupal com as pessoas idosas. Estes profissionais notam melhora de sintomas logo na primeira sessão, porém ressaltam que os benefícios da musicoterapia somente aparecem consistentemente após seis sessões de trabalho. Os benefícios que referem observar se relacionam à memória afetiva, autoestima, expressão facial, socialização e melhora do humor, além de diminuição de sintomas neuropsiquiátricos tais como agitação e agressividade. Como trabalham, na grande maioria, individualmente com pessoas idosas, referem planejar o processo terapêutico de forma singular. Nota-se, pelas falas destes profissionais, que estes conseguem visualizar as melhorias citadas na literatura, mas que todos ressaltam a necessidade de planejar adequadamente as ações, não sendo a musicoterapia apenas o colocar música para as pessoas idosas ouvirem, reproduzirem e/ou dançarem. A profissionalização é importante para o alcance dos benefícios esperados com esta terapêutica no tratamento da Doença de Alzheimer, como fica claro quando os benefícios alcançados são citados por este grupo de musicoterapeutas.