Com o envelhecimento populacional, é natural surgirem demandas como os quadros oncológicos, neste caso, não se trata apenas de submeter o indivíduo ao tratamento mais moderno, mas entender como o indivíduo percebe sua participação nesse processo e sua autonomia para decidir o que faz sentido a ele, considerando o quanto de autonomia for possível a pessoa, visto fatores internos como características pessoas e recursos psíquicos conscientes e inconscientes e externos como rede de apoio, local de tratamento, etarismo e finanças. Assim, objetivou-se compreender e analisar psicanaliticamente a percepção de pessoas idosas com cânceres quanto a sua autonomia e participação na definição de seu próprio tratamento. Está sendo realizada uma pesquisa de campo, descritiva, observacional, transversal e utilizando-se da análise de Bardin para análise de conteúdo. A coleta conta com a aplicação de questionário socioeconômico e atividade de foto-elicitação com a temática de tipos de autonomia física e cognitivo/emocional em diferentes níveis, seguida de entrevista semiestruturada com cinco participantes de ambos os sexos e média de idade de 66 anos com cânceres diversos, todos de um hospital do Sistema Único de Saúde (SUS) da capital de São Paulo. Com resultados parciais até o momento, conseguiu-se obter duas categorias temáticas:Relacionamento entre a espiritualidade e a resposta ao desamparo e mudanças ocasionadas pelo câncer e a busca da vida. Com a primeira ligando os participantes ao uso da fé para lidar com o desamparo segundo a teoria freudiana do contexto religioso e a segunda vinculando a pulsão de vida para a mudança nas tomadas de decisões dos pacientes em tratamento, sendo esta sentida como participação e manifestação de autonomia por estes. A pesquisa segue em andamento, com a coleta de dados ainda inacabada, visando a saturação de dados e novas categorias temáticas.