O contexto de ensino e aprendizagem no âmbito formal envolve a complexa relação entre professores e alunos. Isso considerando as características biológicas, os fatores sociais, as crenças e os valores intrínsecos a cada pessoa; além do fato de que essa relação é permeada por padrões normativos e legais inerentes ao sistema educacional. O objetivo desse trabalho é refletir sobre estratégias de mediação dos processos educacionais que atendam às normas institucionais e que, ao mesmo tempo, se adequem a amenizar a tensão entre as partes envolvidas diretamente nesses processos. Trata-se de um relato de experiência que emana da minha trajetória na docência no ensino superior em uma universidade pública e da busca por ajustar os procedimentos, no âmbito dos componentes que tenho ministrado, às dinâmicas que envolvem os alunos. Desde o princípio não foi assim, até porque pertenço a uma geração de estudantes onde as regras prevaleciam sobre as condições sociais e até humanas, em muitos casos. Mas, o tempo permitiu que os ventos dos saberes soprassem novidades na área da inteligência emocional, onde a compreensão advinda do olhar sensível e do ouvir atento ajuda a decidir por continuar em uma direção ou mudar o rumo. Para isso, tem sido necessário que cada trecho a ser percorrido seja planejado tendo em mente a flexibilidade e com flexibilidade na mente. Isso, sem jamais renunciar à qualidade do ensino, nem ao autêntico progresso dos alunos. Na realidade, temos conseguido alcançar os objetivos educacionais propostos; exercitando, conscientemente, a compreensão, a flexibilidade e a negociação, onde e quando têm sido consideradas adequadas para otimizar os processos educativos e para favorecer os atores envolvidos.