O conceito “Escrevivências” foi criado por Conceição Evaristo dialogando vivências da população negra com teorias e práticas de Paulo Freire, em que considera as vivências e experiências do sujeito, como eixo principal para se entender e se posicionar no mundo. Bárbara Santos, uma mulher preta que bebe em Augusto Boal para criar o Teatro das Oprimidas, desenvolvido com mulheres privadas de liberdade, explora elementos e técnicas como novas formas de se conhecerem, de olharem para suas trajetórias e criarem novas formas de se posicionar no mundo. Esses são os eixos de pesquisa que dão base à criação da metodologia “Escrevivências da Libertação: releituras e reconstruções de trajetórias”. Essa metodologia foi pensada para que pudesse desenvolver processos de autodefinição, autoconhecimento e afirmação de mulheres negras em privação de liberdade. De forma a incentivar e a possibilitar conhecimentos, histórias de, e com, outras mulheres negras, encantamentos, leituras e releituras da realidade, de suas trajetórias, de nossas famílias, do sentimento de luta, de resistência do povo negro no Brasil e no mundo. O foco foi o conhecimento sobre quem somos e de como funciona o racismo estrutural na sociedade brasileira. As experiências vivenciadas no “Grupo de Estudos do Teatro do Oprimido na Floresta” da Universidade Federal do Acre se encontram com necessidades e pautas de se proporcionar e ofertar processos de leitura e escrita pautados numa consciência crítica que tem o corpo como principal eixo de libertação da mente através de vivências e reflexões corporais.