Marechal Deodoro é tradicionalmente um celeiro de músicos, sejam amadores, profissionais e/ou simpatizantes, e que enxergam as filarmônicas centenárias existentes na cidade, não apenas mecanismos propulsores da arte ou de entretenimento e lazer, mas também como mecanismos de profissionalização que possibilitará uma forma de sobrevivência ou uma ponte para a carreira militar, através da incorporação nas forças armadas. Sobre a importância dessa temática, temos como objetivos avaliar se as filarmônicas têm alcançado o intuito de possibilitar a empregabilidade aos seus músicos, bem como, compreender as percepções dos egressos acerca da sua formação e identificar quais foram os impactos para sua vida após sua formação. Para tanto, as metodologias escolhidas para o desenvolvimento do presente trabalho foram a quantitativa e a qualitativa de caráter descritivo e exploratório, por meio de levantamento de dados através de entrevistas e aplicação de questionários. A pesquisa teve como público participante, os diretores das filarmônicas, atuais músicos e egressos. Os dados apontam que dos egressos participantes da pesquisa que já trabalharam ou trabalham com música, 62,8% não acredita ser possível sobreviver apenas desse ofício. Para estes, faz-se necessário o reforço de uma segunda profissão. Em contrapartida, para os membros das diretorias das filarmônicas, a percepção é diferente, acreditam que ainda se conseguem sobreviver apenas da música. Porém, desses diretores, apenas 30% já trabalharam ou trabalham atualmente com música. Apesar da música ser a principal fonte de renda para diversos deodorenses, há uma quantidade considerável de músicos que não possuem interesse em continuar trabalhando nessa área. Portanto, mesmo sendo uma fase importante e duradoura na vida dos músicos, viver efetivamente da música parece não ser prioridade. Ainda são pequenas as pretensões em eleger a música como única carreira profissional, pois apontam grande dificuldade em viver exclusivamente dessa arte.