O presente trabalho tem como objetivo discutir sobre o colorismo, termo utilizado pela em 1982 pela escritora Alice Walker, na qual afirma que pessoas de pele mais escura sofrem mais preconceito do que os negros de pele mais clara. Partindo da análise do romance A metade perdida (2020) da escritora americana Brit Bennett, publicado no Brasil em 2021. Trazendo à luz os estudos desenvolvidos por Alessandra Devulsky (2021), Frantz Fanon (2020), Aníbal Quijano (2005) entre outros pesquisadores para elucidar o debate sobre o colorismo e suas consequências que é tão urgente em nossa sociedade, bem como mostrar que a obra analisada é um dos expoentes para falar das marcas da colonização, dos projetos eurocêntricos e continuidade da colonialidade do poder na contemporaneidade. Para isso, foram selecionados trechos da obra que, conta a história das irmãs Vignes, gêmeas idênticas que, aos 16 anos, resolvem fugir de sua cidade natal, uma comunidade negra localizada no sul dos Estados Unidos que tem como projeto novas gerações de pele cada vez mais clara. Ambientada entre os anos 1950 e 1990, vemos os destinos e trajetórias dessas irmãs ganhando enredos diferentes por serem negras de pele clara, onde uma se passará por uma pessoa branca. Mesmo sendo uma ficção, o romance busca trazer como contribuição denunciar não apenas o racismo, mas o colorismo enquanto estrutura que provoca fissuras entre os próprios sujeitos negros, que buscam no embranquecimento um meio de fazer parte.