A Educação Infantil brasileira configura-se como um território ocupado, predominantemente, por mulheres, legado de um processo histórico de feminização do magistério e que repercute nas especificidades deste segmento da educação básica. Desse modo, a presença de homens como educadores neste contexto pode ser compreendida como um fenômeno que causa estranhamentos, rupturas e ressignificações nas relações de gênero. Podemos problematizar a escola também como um lugar de normatização social, pois é a partir das práticas que se desenvolvem nesse contexto que modelos de masculinidade e feminilidade também são produzidos e reproduzidos, perpetuando contingências nas quais a Educação Infantil permanece como uma prerrogativa das mulheres. Em vista do exposto, este trabalho tem o objetivo de apresentar algumas articulações entre cuidar e educar a partir da experiência intersubjetiva de educadores homens inseridos em ambientes de Educação Infantil. Para tal finalidade serão explorados os resultados de uma revisão de literatura sobre as especificidades, potencialidades e contribuições da atuação masculina neste âmbito educacional. Especifica-se também que este estudo tem como embasamento teórico a abordagem Psicossocial e a perspectiva psicanalítica de Winnicott. Espera-se, portanto, ampliar as articulações entre Psicanálise e relações de gênero na Educação, além de explorar sob diferentes ângulos a experiência de homens que, a partir de sua atuação profissional, mobilizam novas dinâmicas interpessoais e novos olhares para os ambientes de Educação Infantil.