Os estudos de gênero e tecnologia apontam que a engenharia é um reduto da masculinidade, embora haja um número cada vez maior de mulheres optando por essa área do conhecimento. Em todo o Brasil as mulheres se concentram em cursos cujas áreas de atuação reportam ao cuidado e a uma estreita ligação com o trabalho doméstico, bem como os cursos dos eixos tecnológicos, meio ambiente, saúde, turismo, Hospitalidade e Lazer. O fio condutor é a aparente neutralidade do processo de ensino-aprendizagem empregado na educação tecnológica. A proposta central deste projeto foi analisar e contextualizar a participação feminina no curso de Engenharia de Energia do IFRN-Campus Natal Central, procurando discutir a relevância de se incluir a temática gênero no ensino superior, posto que seja um tema relevante para a educação tecnológica que tenha como objetivo a realização da emancipação humana. O corpo teórico que ancora este trabalho, guiou-se pelas autoras dos estudos feministas inseridas nos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia, sendo os sujeitos dos estudos os docentes e discentes do sexo feminino. O percurso metodológico constou de entrevistas semiestruturadas para o corpo docente, que lecionam disciplinas técnicas e propedêuticas, além dos discente; sendo o estudo de caráter essencialmente qualitativo em que as práticas metodológicas adotadas para análise de dados fundamentaram-se nos princípios da análise de conteúdo.