A implementação do Novo Ensino Médio estabelece mudanças significativas na estrutura desse nível de ensino e define uma nova organização curricular, em itinerários formativos fundamentados na Base Nacional Comum Curricular, que leva em consideração a formação profissional e técnica dos alunos. Esta proposta foi estabelecida pela Lei nº 13.415/2017, que proporcionou uma alteração nas orientações normativas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, acerca do Ensino Médio em Tempo Integral, vislumbrando a efetivação da formação integral dos educandos. Diante disto, o presente trabalho tem como objetivo analisar a percepção e atuação dos docentes da área de conhecimento de Ciências da Natureza e suas tecnologias de uma escola pública do interior do Rio Grande do Norte, frente às transformações ocasionadas pelo Novo Ensino Médio. Este trabalho trata-se de uma abordagem qualitativa do tipo levantamento de campo, e para coleta de dados foi realizada uma entrevista semiestruturada, a fim de conhecer as opiniões e atuação dos docentes dos componentes curriculares Física, Química e Biologia de uma escola estadual do Alto Oeste Potiguar. Os dados coletados evidenciam de forma preliminar e geral, o surgimento de novos desafios na atuação dos docentes da área de Ciências da Natureza, bem como, o remanejamento para disciplinas eletivas, a fim de completar a carga horária profissional. Embora tenha ocorrido um aumento da jornada escolar, a redução da carga-horária dessas disciplinas se apresenta como um ponto de preocupação para esses docentes, tendo em vista a complexidade dos conteúdos a serem trabalhados e o pouco tempo disponível. Assim, o desenvolvimento da proposta do Novo Ensino Médio, ainda em fase inicial de aplicação, instiga diversas discussões e incertezas na prática do processo de ensino e aprendizagem e no futuro dos docentes (tanto em formação, como nos graduados) da área de ciências da natureza nas escolas públicas.