MENEZES, Ronny Diogenes De et al.. As artes surdas como motivadoras do ato responsável. Anais VIII CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2022. Disponível em: <http://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/88915>. Acesso em: 13/11/2024 04:04
O objetivo desse trabalho é estudar como as artes surdas podem evocar em nosso íntimo algo novo e assim humanizar o eu-ouvinte através do contato com as realidades do outro-surdo. Durante séculos foi estabelecida uma infraestrutura violenta que enxerga o surdo como coisa e não como humano. Esse processo culminou no encontro dos surdos com seus semelhantes na busca por direitos e nesse caminho surgem os seus signos ideológicos, nas quais a mãos refletem e refratam as realidades dessa comunidade. Com isso, esse trabalho compreende as mãos como um ponto de intersecção entre surdos e ouvintes, pois esse órgão é altamente valorizado por essas duas classes, pois enquanto para um elas são o meio de sustento, proteção e acalento para o outro elas, além de tudo isso, são o principal meio de comunicação, sendo isso materializado tanto na arte dos ouvintes quanto na arte surda. Assim, a partir desse contexto, para atingir o objetivo dessa pesquisa está sendo realizada uma investigação qualitativa de cunho exploratório que é conduzida por meio de uma pesquisa sociológica de base marxista, pois entendemos que há uma luta de classes, o ouvinte versus o Surdo, a língua do colonizador e do colonizado, o dito corpo perfeito contra o corpo grotesco. Uma luta desigual em uma arena, pois os ouvintes possuem o monopólio da língua, educação e cultura. Todo esse percurso está fundamentado na filosofia do ato responsável de Bakhtin ao compreender as artes como um signo ideológico que tem o poder de nos motivar ao agir ético e moral. Assim, esperamos apresentar as mãos, nas artes surdas, como um meio de promover o diálogo e a prática da alteridade ao estimular a nossa reflexão sobre o outro e nesse processo, conduzir a humanização do eu-ouvinte em relação as realidades do horizonte social surdo.