O uso de textos e/ou obras literárias adaptadas em aulas de línguas estrangeiras deixou de ser uma novidade há algum tempo. Hoje, tal uso reforça os benefícios que a leitura de tais textos trazem inúmeros benefícios para o desenvolvimento linguístico dos aprendentes. Não apenas o léxico é enriquecido por meio do trabalho com esse recurso didático, senão também a compreensão leitora e a gramatical apresentam uma melhoria e rendimentos significativos. Tal melhoria no desempenho dos aprendentes faz com que novas didáticas sejam postas em cena sem deixar/anular as outras. Com esse contexto, nós traçamos como objetivo para esse estudo o trabalho com a leitura de traduções comparadas em aulas de francês como língua estrangeira. Mais especificamente, sobre as escolhas tradutórias tomadas pelos tradutores de um mesmo texto. Tal estudo permitiu-nos observar que a compreensão de gírias, jargões e expressões idiomáticas, quando traduzidas para o português, apresentam variações, mais precisamente regio-culturais. Tal fato também nos fez perceber que uma escolha tradutória desses termos pode causar impedimentos na compreensão do leitor de outra região. Utilizamos como metodologia a leitura de algumas fábulas de Ésopo escritas em francês e duas traduções em português. As três versões do texto foram dadas aos alunos que, após a leitura do texto em francês, optavam pelo texto em português que julgavam ter sido melhor escrito e justificavam a sua resposta antecedida por um trabalho de compreensão textual tanto em francês quanto em português, isto é, do texto fonte e dos textos traduzidos. Tivemos como local de atuação um dos campi de determinado instituto federal de educação, ciência e tecnologia da Paraíba. Nosso referencial teórico pautou-se sobretudo em dicionários de língua francesa e língua portuguesa bem como em autores que versam sobre o ensino de língua estrangeira e/ou literatura e/ou tradução, tais como: Selbach (2010), Silva (et. al., 2018), Paiva (2014) e Oustinoff (2011).