Os animais conhecidos popularmente como cágados são répteis da família Chelidae da ordem Testudinata ou Chelonia. Eles diferenciam-se dos outros quelônios, tartarugas e jabutis, principalmente por viverem em ambiente dulcícola e pelos caracteres físicos relacionados, apesar de todos esses animais apresentarem a carapaça de queratina característica. Em decorrência da presença de espécimes no município de Jacobina, Bahia, e da reflexão de como esses animais podem ser afetados pelas influências humanas no ambiente, o objetivo deste trabalho foi registrar os cágados presentes nos Rios do Ouro e Itapicuru-Mirim, em Jacobina, Bahia; a partir de visitas in loco, fotografias e análise baseada em pesquisa bibliográfica. Foram registrados diversos cágados nos rios citados e, considerando as observações sem contato direto, não foi possível identificar a espécie, havendo duas hipóteses. As espécies Mesoclemmys tuberculata, conhecida como cágado-do-nordeste, e Phrynops geoffroanus, conhecida como cágado-de-barbicha, apresentam semelhanças morfológicas com os indivíduos considerados e apresentam registros documentados na região nordeste. Porém, a primeira espécie é uma criatura majoritariamente noturna, enquanto a segunda é ativa durante o dia, quando as observações desta pesquisa ocorreram. Além disso, o padrão de casco observado aproxima-se mais ao do cágado-de-barbicha, aumentando a possibilidade de esta ser a espécie registrada. Os cágados citados podem ser observados anualmente realizando a descida do rio aproximadamente no início do segundo semestre, que corresponde ao início do inverno na região. Apesar de eles viverem muito próximos do centro urbano, não é notável a percepção das pessoas sobre esse fato, o que pode refletir em uma menor chance de ações voltadas à preservação do ambiente natural e, consequentemente, das espécies animais ali presentes. A Educação Ambiental pode ser uma ferramenta para evidenciar os cágados estudados e protegê-los dos impactos negativos antrópicos.