Abordamos a mulher indígena Xukuru na articulação das lutas territoriais e de saberes. Nesse sentido, inicialmente discutimos o histórico silenciamento das vozes femininas indígenas negadas e violentadas até as suas afirmações político-culturais contemporâneas. Para tanto, nossa temática percorre a decolonialidade enquanto marco teórico na desconstrução das negações coloniais conhecidas por Colonialidade para repensar o lugar social das mulheres do povo Xukuru. Assim, trabalhamos os modos otros de reexistir e reviver (WALSH, 2009); as repressões à voz da mulher indígena latino-americana (ESCOBAR, 2003); a violência simbólica (ESPINOSA, 2007); o sistema colonial de gênero por meio da dicotomização e racialização no qual inferioriza a mulher indígena em padrões branco-patriarcais da Colonialidade do Gênero (LUGONES, 2008; 2014); a mulher indígena guerreira e trabalhadora (XUKURU, 1997), etc. Temos como parâmetro as subjetividades em uma pesquisa qualitativa com os agrupamentos de significados semelhantes da análise de conteúdo sobre o espaço social e da produção literária das(os) educandas(os) nas escolas Xukuru do Ororubá (BARDIN, 1977; MINAYO, 1994; CECHINEL, 2016). Esperamos contribuir nas discussões da Colonialidade do Gênero para demonstrar o papel fundamental da mulher indígena Xukuru na (re)construção política e cultural do seu povo, ou seja, como lideranças políticas femininas e autoridades epistêmicas.