Esta comunicação pretende desenvolver algumas reflexões sobre o processo de inclusão de uma menina (sujeito focal) com paralisia cerebral numa sala de aula de uma pré-escola. Estabelecemos como foco de análise o processo de significação das interações entre parceiros (criança-criança e adulto-crianças) na medida que produzem saberes sobre as experiências pedagógicas partilhadas, sobre o modo como compreendem o comportamento do seu outro social, como o percebem e se o reconhecem produzindo subjetivações. O material empírico de análise corresponde a três episódios interacionais obtidos de recortes de observações videogravadas, analisados numa perspectiva microgenética. Podemos concluir que das trocas interacionais emergem significações que, por vezes, colocam os sujeitos em clara oposição sobre suas intencionalidades, em outros momentos observam-se dificuldades dos adultos em perceber intenções do sujeito focal expressando sua singularidade subjetiva. Há emergência de intencionalidades e oposição subjetiva, o sujeito focal e as demais crianças mantém no horizonte das interações da sala de aula sua presença, ação e recusa frente ao desejo do adulto como marcadores de sua constituição subjetiva, resistindo aos investimentos estereotipados das práticas pedagógicas.