O artigo apresentado traz a discussão acerca do que pensa a comunidade escolar sobre as diferenças sexuais, a partir de dados coletados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE, 2010), que indagou profissionais da educação, estudantes e familiares a respeito da diversidade na escola. Neste artigo, o recorte é apenas para os dados que se referem à presença de sujeitos homossexuais na escola. O objetivo foi analisar as opiniões desses agentes da comunidade escolar, entrecruzando esses dados com o que apregoam as normas educacionais, como o Plano Nacional de Educação 2014-2024 (BRASIL, 2014), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) e, principalmente, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (BRASIL, 2013), tendo em vista que essa norma explicita maior número de orientações para o tratamento das singularidades dos sujeitos na escola. Além das contribuições de autores como Louro (1999, 2008) e Junqueira (2009, 2010), que permitem refletir sobre as condições de desigualdade a que estão submetidos sujeitos de sexualidades dissidentes na escola e a pensar a prática pedagógica numa perspectiva mais inclusiva e de respeito e valorização das diferenças. Com as análises foi possível perceber que a comunidade escolar ainda encontra dificuldades para lidar com a presença de sujeitos que ameaçam a fronteira sexual imposta, podendo contribuir para a reprodução de discursos e práticas que legitimam violências e desigualdades.