A roda de conversa como instrumento metodológico pressupõe igualdade, acolhimento e envolvimento e por isso, serve como dispositivo de trabalho para o psicólogo escolar, que deve pautar sua atuação dentre outras práticas em uma escuta ativa, crítica e reflexiva a todos os envolvidos no processo educativo. O objetivo do artigo é relatar uma intervenção realizada durante o período de estágio em uma turma de quarto ano de uma escola municipal de ensino fundamental na cidade de Campina Grande. Participaram da intervenção onze crianças com idades entre nove e dez anos e duas agentes escolares da referida escola. A turma era considerada por todos da escola como a “pior” e a principal queixa era agressividade, violência, indisciplina e rebeldia. Depois de realizadas observações em sala de aula foi proposta uma intervenção com uma roda de conversa com o objetivo de conhecer melhor a vida social, familiar e relacional dessas crianças. Além disto, pretendeu-se promover um espaço para promoção de valores, inclusão social e cultura de paz. A roda de conversa teve como eixo orientador algumas estórias contadas pelas crianças através de figuras e personagens escolhidas por elas próprias. As estórias contadas foram refletidas junto com a estagiária. Foram relatadas nesse artigo apenas três das onze. As estórias remetiam a valores como amizade e laços familiares, além de relações interpessoais, má influência e a prática de bullying. A intervenção evidenciou a falta de carinho, afeto, respeito e cuidado que aquelas crianças vivenciavam.