O presente artigo discorre acerca da História da Educação Popular em Pernambuco, no recorte temporal de 1960 a 1964. Período no qual o Estado pernambucano vivenciou o avultar de movimentos populares que se contrapunham a um histórico mal social: o analfabetismo. Atrelados à cultura popular, estes movimentos expandiram a alfabetização às periferias urbanas, de cidades nordestinas como Recife, alcançando também o homem do campo. Trajetória já conhecida na literatura da História da Educação, propomos recontá-la a partir da História Cultural. Para isto usamos o depoimento oral, objetivando identificar o cotidiano que teceu a trama, nas lembranças de personagens que vivenciaram os fatos. Além disso, a análise documental serviu como subsídio ao relato. Os resultados apontaram para vinculação de grupos distintos, que objetivavam comumente a expansão da educação popular, por um lado, e por outro, intencionalidades díspares. Além disso, a participação de indivíduos “anônimos” que atuaram com suas individualidades, suas impressões, seus desejos, nestes movimentos educacionais populares, demonstrado a relevância do sujeito, ser individual, na constituição da história.