O presente trabalho se insere no debate nacional sobre currículo, práticas curriculares e formação docente. Para discussão e aprofundamento da temática utilizamos como lente teórica as contribuições de autores como Moreira (2001), Pacheco (2005), Felício e Possani (2006), Paganini (2011), Tardif (2000), entre outros. Assim, buscamos analisar nas práticas curriculares de professores do Ensino Fundamental que se encontram na condição de estudantes do curso de Pedagogia, como se dá o movimento entre os conteúdos da formação, vividos no componente curricular Metodologia do Ensino de ciências e a prática docente. Nesse sentido, analisamos a partir dos discursos dos aluno/professor se o componente curricular de metodologia do ensino de ciências se aproxima das questões da organização curricular, do tempo curricular e dos saberes do cotidiano de sua prática docente. Buscamos ainda, identificar como o aluno/professor faz a organização curricular da disciplina de Ciências no cotidiano da sala de no ensino fundamental, e o movimento entre os recursos didáticos abordados na disciplina de metodologia do ensino ciências e as possibilidades de sua materialização no cotidiano da prática docente do aluno/professor do ensino fundamental. No que se refere ao nosso percurso teórico metodológico, aplicamos um questionário visando selecionar sujeitos para nosso estudo e para traçarmos o perfil dos estudantes nesta instituição. Para coleta de dados realizamos observações das práticas curriculares dos alunos/professores e entrevista semiestruturada. Em se tratando da análise utilizada, realizamos a análise do discurso na perspectiva de Orlandi (2010), por considerar que esta melhor nos possibilita perceber o movimento discursivo entre os discursos, os enunciados e os sentidos produzidos. Nesse sentido, de acordo com os dados apontados percebemos que a formação do curso de pedagogia nesta instituição, no componente curricular de metodologia do ensino de ciências teve implicações nas práticas curriculares dos alunos/professores incidindo mudanças em seu fazer docente. Em suma, compreendemos que é perceptível o movimento entre a formação e a prática docente, pois em seu cotidiano demonstram uma relação entre aquilo que foi vivenciado na universidade e as propostas curriculares oficiais. No entanto consideramos que esse movimento não se dá forma linear, mas percebemos que os alunos/professores constroem novos saberes em suas experiências cotidianas, recontextualizando o que foi vivenciado na formação de acordo com a realidade da sala de aula do ensino fundamental.