Autora: Maria Gorete de Medeiros
Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, goretedidatica01@gmail.com
Co-autores:
Kledson de Albuquerque Alves
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI- PB, kledson.bear@gmail.com
Eliane Maria de Menezes Maciel
Universidade Federal da Paraíba – UFPB, helipb@gmail.com
Maria do Socorro Leal Cabral
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio de Audiocomunicação- EDAC, mscoca@ig.com.br
Jeanne Maria Oliveira Mangueira
Escolas da Rede Municipal de Sousa, jeanne_13cz@hotmail.com
Resumo: Mesmo quando o objeto de avaliação é o conhecimento específico à língua de sinais, as provas escritas de concurso para professor de Libras costumam ser elaboradas desconsiderando que os surdos leem e escrevem em português sob o recurso de interlíngua; também que a utilização de classes gramaticais inexistentes na Libras lhes dificultam o entendimento do sentido. Na aplicação da prova objetiva escrita, há predomínio de pelo menos uma das três concepções de língua(gem): como representação do pensamento, como instrumento de comunicação e como processo de interação. Analisando a recente experiência de concurso, para professor de Libras, vivenciada pelo coautor surdo deste trabalho, identificamos a aplicação de duas dessas bases linguísticas, que costumam ser seguidas na elaboração da prova escrita de conhecimentos específicos a Libras; discutimos o caráter das influências dessas tendências no resultado do processo seletivo, mas para candidatos surdos. Concluímos que o processo seletivo para professor de Libras precisa ser repensado quanto à elaboração das alternativas das provas cujas temáticas não sejam a língua portuguesa, pois, para comprovar a firmeza de escolha do candidato, estão sendo utilizados recursos linguísticos que para os surdos provocam resultados diferentes, gerando confusão de sentidos e induzindo-os a errar e a chutar a resposta. A importância deste trabalho consiste em oferecer esclarecimentos aos elaboradores de provas, incentivar a formação de movimentos surdos de reivindicações afins, bem como estimular pessoas interessadas a desenvolver expressivos trabalhos acadêmicos a respeito da questão.