O foco principal deste artigo é apresentar uma discussão a respeito da reprodução dos preconceitos em relação aos adolescentes em conflito com a lei. Objetiva conhecer a percepção dos educadores de uma escola estadual de Mossoró /RN em relação a esses sujeitos. Para a realização do estudo adotou-se a pesquisa qualitativa. Este artigo foi elaborado com base em pesquisa documental e um trabalho de campo. A investigação se justifica pela relevância na articulação do debate ético sobre os preconceitos à análise da situação e opressão, vivenciada por usuários das políticas sociais que precisam ter os seus direitos assegurados. Dispositivos legais como o Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA) se apresenta como um avançado mecanismo para proteção das crianças e adolescentes, mesmo que, várias diretrizes não tenham sido aplicadas. O que provoca um distanciamento do preconizado nos marcos legais e a realidade dos jovens e adolescentes em conflito com a lei. O texto apresenta uma análise histórica e contextual da realidade brasileira no período de criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mostra, além da mobilização dos movimentos sociais pela institucionalização dos direitos da infância e juventude; a regulamentação jurídica de um novo paradigma na atenção a criança e ao adolescente, colocando-se os avanços preconizados pela nova legislação. Em seguida a análise de como a escola se apresenta como reprodutoras dos preconceitos em relação aos adolescentes em conflito com a lei, e a percepção dos educadores frente a esses sujeitos. Os resultados apontam com muita clareza a visão preconceituosa que a maioria dos educadores pesquisados tem em relação aos adolescentes autores de ato infracional. As respostas nos dão veemência do conceito que estes educadores apresentam para classificar essa parcela da juventude. Os adolescentes autores de atos infracionais são profundamente discriminados e rotulados por segmentos sociais que pautam suas ideias na égide do senso comum. Conclui-se também que a escola precisa desenvolver uma nova ação educativa, este espaço que deveria ser de superação das hostilidades geradas na vida cotidiana, apresenta-se como reprodutora dos preconceitos, não assumindo o seu papel fundamental de educar.