As transformações ocorridas mundialmente a partir da década de 1980 com a formatação de um novo modo de acumulação, proporcionaram reconfigurações nos âmbitos da economia, da política, da cultura e da educação, sendo essa o foco principal da nossa análise. Essas mudanças acabam por trazer ao interior da sociedade arranjos organizacionais e estratégicos que determinaram de uma forma ou de outra o modo de ser e agir das pessoas, empresas e instituições, entre elas a escola, que vem sendo constantemente questionada quanto ao seu papel enquanto instituição social educativa. As interfaces constitutivas da nova ordem instaurada refletiram exigências, mobilizações e modelos para a educação, de modo a colocá-la como instituição responsável pela formação de mão de obra para o mercado, sendo essa formada por pessoas disciplinadas, acríticas, subservientes e moldadas conforme as necessidades das fabricas e empresas. Assim, o presente texto se propõe a discutir brevemente dois aspectos que consideramos relevantes a serem tomados como referenciais de modificações intensas na educação, a partir das políticas educacionais implementadas sobretudo a partir da década de 1990, sendo eles o currículo escolar e a formação/prática docente. Para tanto, o texto apresenta em sua metodologia, uma discussão sobre as implicações políticas das reformas educacionais no currículo das instituições escolares brasileiras, e em seguida reflete sobre como a profissão docente é afetada a partir da chamada reestruturação produtiva, considerando as mudanças desde a sua formação inicial, passando pela utilização de novos recursos didáticos e, por fim, nas interferências provocadas pelas políticas de avaliação na escola.