Sexualidade e envelhecimento fazem parte do desenvolvimento humano. Apesar dessa constatação, parece haver muitas barreiras entre essas duas áreas. Essa revisão bibliográfica integrativa visou analisar, a partir de artigos publicados no banco de dados Scielo, o que havia de publicações sobre a sexualidade da mulher idosa a partir dos descritores envelhecimento, idosa, velhice, gerontologia, sexualidade, encontrando ao todo 88 ocorrências. Dessas, foram selecionadas 34, que foram lidas na íntegra. Dos trabalhos selecionados, seis foram escolhidos para compor a análise, a partir dos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos. Observou-se nos estudos uma significativa evolução das pesquisas publicadas sobre sexualidade e envelhecimento na última década, mas poucas na área de psicologia. A maioria é em Medicina e Enfermagem, contemplando aspectos médicos, físicos e funcionais da sexualidade entre idosos, focando em intervenções medicamentosas, ou associando a sexualidade à qualidade de vida. O foco das pesquisas é voltado ao climatério e menopausa, o que acaba associando a sexualidade à procriação e à fatores biológicos, hormonais. Foram encontradas diferenças culturais nos estudos, a partir da região onde foram coletados os dados. As pesquisas com idosas acima de 80 anos são bem raras – quando existem, focam a perda funcional, não a sexualidade. Não se coloca em pauta uma reflexão sobre a beleza do corpo envelhecido ou sobre a possibilidade dos idosos serem atraentes sexualmente, serem seres desejantes e desejados. As pesquisas acabam alimentando o estereótipo da mulher idosa assexuada, reprimida por culpa e grandes doses de ansiedade que necessita ser tratada e medicalizada.