O câncer de pênis é uma doença rara, todavia mais frequente na população de baixo nível socioeconômico e em países em desenvolvimento como o Brasil, principalmente nas regiões norte e nordeste, acometendo geralmente homens na terceira idade. Indivíduos jovens também podem ser acometidos com tal patologia. O principal tipo histológico é o carcinoma de células escamosas e relacionado à irritação crônica por má higiene, fimose e doenças sexualmente transmissíveis, principalmente pelo HPV. Nos países onde a circuncisão infantil é comum a incidência desses carcinomas no pênis é muito baixa. Alguns estudos de câncer de pênis tem demonstrado uma ligação entre os casos de HPV com lesões malignas e benignas. Essa associação tem fundamental importância do HPV com a origem do câncer peniano. Em 2003, estabeleceu-se a classificação do HPV em alto e baixo risco, de acordo com o potencial oncogênico. Os de baixo risco são geralmente encontrados em alterações condilomatosas e os de alto risco são associados aos carcinomas. Foram classificados 15 tipos de vírus de alto risco, entre eles estão os tipos: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, e 58, sendo que os tipos 26, 53 e 66 poderiam também ser considerados de provável alto risco. Os tipos de baixo risco são: 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, 81, e CP6108 e os tipos 34, 57 e 83 não foram detectados em nenhuma das amostras e foram, portanto, consideradas de risco indeterminado. O diagnóstico, no homem, pode ser feito, facilmente, nos casos em que as lesões são vistas macroscopicamente. Porém, na maioria das vezes, há necessidade de se empregar a citologia, a peniscopia, a histopatologia, métodos de biologia molecular e por meio de biópsia incisional da lesão, cujos principais diagnósticos diferenciais são cancro sifilítico, cancro mole e condiloma simples ou gigante. A imuno-histoquímica e a sorologia têm pouca aplicação na prática clínica atualmente. O tratamento do câncer de pênis pode contar com cirurgia, radioterapia e quimioterapia e vai depender da extensão do tumor. Em grande parte dos casos opta-se pela cirurgia para controle local da patologia. O diagnóstico precoce pode evitar a amputação do membro que produz sequelas físicas, sexuais e psicológicas no indivíduo. O presente trabalho teve como objetivo demonstrar a relação existente entre o câncer de pênis e o Papiloma vírus Humano (HPV) e identificar os principais tipos de HPV de alto risco prevalentes nos carcinomas penianos.