Uma das questões mais desafiadoras para o professor, no contexto atual do ensino de Matemática na escola básica, diz respeito as concepções dos discentes sobre essa ciência, que são baseadas em pilares como conhecimento complexo, conhecimento abstrato e de difícil compreensão. Assim, parece natural para muitos alunos não apreender satisfatoriamente Matemática, aceitar as dificuldades de aprendizagem, passar pela educação básica, mas não adentrar nas construções dessa ciência, quando muito, limitar-se à aplicação de procedimentos e/ou algoritmos sem compreensão dos conceitos que estão por trás do processo. Nesse contexto o objetivo dessa investigação foi interpretar a relação entre os discentes e a Matemática buscando ressignificar o modo de lidar com a Matemática em sala de aula, seja no discurso ou na ação docente como professor. Para isso, foi utilizado como instrumento de coleta de dados uma construção textual realizada por 35 alunos de uma turma do terceiro ano do ensino médio integrado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, no Campus de Campina Grande. A proposta consistiu na escrita de um texto dissertativo pelos alunos com o título "Eu e a Matemática: aproximações e distanciamentos". A análise das narrativas discentes, com base na identificação de categorias que emergiram dos textos, mostrou, na maioria dos discentes, um processo marcado por frustações, medos, angústias e subestimações das suas potencialidades. Os resultados são indicativos da urgência de alterações na forma de apresentar e explorar a Matemática em sala de aula, necessitando da superação de concepções equivocadas sobre esse conhecimento.