O presente trabalho trata das reflexões de si que um professor de matemática tece ao enveredar pelas aprendizagens experienciais que tem construído ao habitar a profissão docente. Ancorado numa perspectiva metodológica de natureza qualitativa, o texto desenvolve-se a partir da tessitura da pesquisa narrativa, tendo como dispositivo a narrativa de si como elemento de sistematização e constituição de saberes e práticas da docência em matemática. A metodologia da pesquisa narrativa possibilitou evidenciar que a reflexividade de si engendra modos de compreensão de como a arte de ensinar matemática se aprende diuturnamente, habitando a profissão e produzindo experiências a partir das vivências formativas e profissionais do cotidiano da escola. A narratividade emergiu como elemento de produção da consciência de que a docência em matemática é tecida sob uma base formativa das vivências e trajetórias do cotidiano da profissão, em que a relação com os sujeitos, com as práticas e com a produção de saberes se interrelacionam e geram experiências do ser professor de matemática. O autor conclui explicitando que na docência se aventura experiencialmente uma atitude construtiva e colaborativa de produzir partilhas de saberes que se constroem na relação com os seus estudantes, e com aquilo que tem feito para ensinar matemática, e assim produzir saberes experienciais da profissão.