Ao longo dos últimos anos, a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) vem passando por um processo de expansão no Brasil. No entanto, não houve, na mesma proporção, o reconhecimento necessário da importância da formação de professores desta modalidade. De modo geral, os docentes ingressam na EPT sem formação pedagógica e passam a exercer suas atividades letivas imersos aos desafios do cotidiano, lançando mão apenas das suas experiências profissionais e acadêmicas anteriores. Neste contexto, o estudo teve como objetivo compreender como são constituídos os saberes da docência na educação profissional. Esta análise foi realizada a partir da discussão sobre formação docente por meio de duas categorias teóricas: (1) Saberes da docência e (2) Educação profissional. A investigação teve abordagem qualitativa, por meio do estudo das obras de alguns autores que discutem os saberes docentes na EPT, tais como Tardif, Gauthier e Shulman (ALMEIDA, BIAJONE, 2007), Nunes (2001), Nóvoa (1995), Ciavatta (2008) e Gariglio e Burnier (2012). A análise evidenciou o contexto de uma história de ausência de política de formação destinada aos professores que atuam no âmbito da EPT e como é desenvolvida a prática docente, nessa modalidade. Enquanto resultado, percebeu-se que a falta de reconhecimento dos professores da EPT como profissionais da educação persiste e requer uma mudança de concepções por parte do Estado e da sociedade. Compreendeu-se que o exercício docente é um ofício composto de saberes e que para formação continuada de professores é necessário ouvir os docentes. Identificou-se uma necessária mudança das estratégias de formação, sugerindo-se a superação da oferta de cursos de transmissão de conhecimentos realizados por especialistas, e incorporando as experiências desses professores da EPT, numa perspectiva crítica da prática, valorizando os saberes construídos pelos docentes.