O lúdico faz parte da natureza humana. Huizinga e Callois além de outros autores, nos permitem fazer essa afirmativa, pois pesquisam o jogo e a brincadeira em seus aspectos históricos, antropológicos, sociológicos e até mesmo, filosóficos. Segundo os autores, os fenômenos sociais devem ser compreendidos nas inter-relações humanas que se materializam no campo da linguagem, da arte, do trabalho, da educação e/ou do lúdico, manifestações de comunicação permanente entre os atores sociais. Tomando por base os aspectos educativos, materiais e práticas pensadas para o desenvolvimento da infância e outras fases da vida de forma geral, estes devem procurar levar em conta, na sua elaboração, elementos lúdicos, pois já se tem provado que o lúdico auxilia sobremaneira a aprendizagem (WAJSKOP; KISHIMOTO; BROUGÈRE). Na universidade, espaço/tempo privilegiado de construção e troca de conhecimentos e saberes, pensar o lúdico como tema de estudo/ensino/pesquisa mostra-se um caminho profícuo para o diálogo e a formação inter/multi/transdisciplinar, visto que os estudos do/sobre o lúdico abrangem diversas áreas do conhecimento. O projeto traz como objetivo central investigar as brinquedotecas universitárias e de outras modalidades no Brasil e em Portugal com vistas ao compartilhamento de conhecimentos e saberes e à formalização de redes e convênios com as brinquedotecas da UNESA e afiliadas. Um projeto de pesquisa que promova estudos sistemáticos sobre o espaço da Brinquedoteca traz à universidade o fortalecimento de suas ações nessa direção, qual seja, o investimento em pesquisa também se justifica pela ocupação e utilização do espaço como lócus de produção de conhecimento e formação. É uma produção de Ciência e Tecnologia que contribui para o ensino, pesquisa e extensão, conforme o texto constitucional (BRASIL, 1988) em seu artigo 207: "as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão".