Mesmo com os avanços científicos e tecnológicos das últimas décadas, a negação de conceitos e teorias já consensualizados pela ciência ganhou força e visibilidade não só na sociedade brasileira, mas em todo o mundo. Várias proposições científicas estão sendo alvo de questionamentos, abrangendo temáticas como a configuração da Terra, transformações climáticas e a eficácia de vacinas. O negacionismo científico é a atitude de negar fatos estabelecidos ou consensos científicos sem evidências contundentes, surge quando grupos poderosos se sentem ameaçados por novas ideias. Exemplos históricos incluem Galileu Galilei e Giordano Bruno, que foram perseguidos por desafiar visões dominantes no século XVI. No Brasil, o negacionismo ganhou destaque durante as eleições de 2018 e foi adotado pelo presidente Jair Bolsonaro, agravando a resposta à pandemia da covid-19. Com a finalidade de auxiliar na desmistificação do anticientificismo na sociedade, o presente estudo foi realizado com o intuito de refletir sobre o ensino de ciências/Física tendo como fundamento a abordagem da alfabetização científica e sua contribuição no enfrentamento do negacionismo científico. Nesse sentido o objetivo geral deste trabalho é compartilhar as reflexões sobre o negacionismo científico e explorar a abordagem da AC, buscando identificar elementos que possam contribuir para enfrentar o fenômeno do negacionismo que está em constante crescimento no Brasil e no mundo. A metodologia adotada situa-se no campo da pesquisa qualitativa, sendo particularmente uma pesquisa bibliográfica. As principais indicações foram que o ensino de Ciências/Física, fundamentado na abordagem da alfabetização científica, pode desempenhar um papel fundamental na redução do avanço do anticientificismo. Por fim, concluímos que essa abordagem fortalece a educação científica e possibilita enfrentar os obstáculos impostos pelo anticientificismo em nossa sociedade.