MENDES, Erilânia et al.. O que bell hooks nos ensina sobre o desejo de saber. Anais IX CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2023. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/97788>. Acesso em: 22/11/2024 21:33
O que bell hooks nos ensina sobre a transmissão do desejo de saber? Essa pesquisa tem como ponto de partida esse questionamento em virtude do trabalho de leitura da obra: Ensinando a transgredir: A educação como prática de liberdade, que foi publicada no Brasil em 2013, o qual trata-se de um compilado de ensaios escritos pela autora. Nessa obra, ela narra experiências cotidianas da prática docente, assim como elucida de maneira didática de que forma a educação pode ser pensada como um dispositivo de emancipação humana, ou seja, como ferramenta de transformação da realidade. A partir disso, objetiva-se articular os ensinamentos de Bell hooks com a formulação lacaniana do desejo de saber e sua transmissão. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica que contempla, principalmente, o livro citado anteriormente da autora e o conceito de desejo de saber enfatizado por Jacques Lacan, no Seminário 08, A transferência. Essa pesquisa é relevante em seu contexto clínico, social e político, uma vez que a contribuição do pensamento de bell hooks na articulação entre educação e psicanálise se dá na medida em que seu livro problematiza os fundamentos epistemológicos antecedentes aos estudos desse campo. Além dos textos citados como referências, esse trabalho também se utiliza do conceito de analisador de René Lourau, a fim de tornar claro para o leitor os efeitos subjetivos dos episódios em sala de aula dispostos por bell hooks em seu livro. Por fim, a transmissão do desejo de saber ocorre por meio de empréstimos singulares e libidinais que o professor concede ao aluno e o aluno ao professor, no entanto, tais relações são perpassadas por contextos sócio-políticos e é nesse ponto que a educação, enquanto instância de política pública, deve atuar como uma ferramenta subversiva frente às vias mortíferas da dominação.