A escola, por tradição, é um espaço onde os sujeitos falantes se deparam com os primeiros contatos sistemáticos com alguns gêneros textuais, principalmente os escritos, trabalhados com o mesmo intuito de ensinar os alunos a ler e escrever. Segundo Schneuwly e Dolz (2004) no ambiente escolar ocorre um desdobramento do gênero textual, onde ele passa a ser, em conjunto, um objeto de ensino, uma prática de linguagem. É neste sentindo que as lendas como gênero textual constitui uma possibilidade e uma ferramenta importante para o sucesso das práticas de linguagem na escola, pois estimulam a imaginação e a curiosidade fazendo com que os alunos queiram saber cada vez mais sobre o assunto (OLIVEIRA, 2014). Sendo assim, esse gênero textual surge como narrativas que são contadas e recontadas a partir de memórias coletivas repassadas por gerações, apresentando como principais características a mistura da realidade com aspectos fantasiosos que buscam explicar a ocorrência de fatos e/ou eventos ao longo da vida de um povo ou pessoas de forma sobrenatural (ANDRADE, 2015). Dentre os tipos de lendas existentes, pode-se citar lendas religiosas que giram em torno da figura dos santos e seus comportamentos, muito presente nas religiões afro-brasileiras e de matriz africana, tais como a Umbanda e o Candomblé respectivamente, no culto aos Orixás. Nesse sentindo o presente trabalho buscou desenvolver uma sequência didática afim de estimular e propagar a diversidade religiosa além de combater o racismo estrutural ligado as religiões acima citadas. Como metodologia foi realizado uma revisão bibliográfica com os aportes teóricos de Dolz e Schneuwly (1999; 2004a; 2004b) bem como na lei nº 10.639/2003 e as questões teóricas que a circundam. Como resultado, obteve-se uma sequência didática proposta para turmas de 5 ano do ensino fundamental baseado no livro “Conhecendo os orixás de Exu a Oxalá” de Waldete Tristão (2018).