O Projeto de Lei n° 2630, de 2020, mais conhecido PL das Fake News, institui a lei brasileira de liberdade, responsabilidade e transparência na internet. Essa PL vem somar esforços para que notícias falsas não ganhem proporções que possam prejudicar a população brasileira, como reduzir a adesão à vacinação infantil e/ou mudar protocolos de biossegurança, por exemplo. Nesse sentido, nos deparamos com a “fake news que venceu”, ou seja, a aferição da temperatura corporal utilizando termômetros de infravermelho (IR). Mirando os termômetros para a região do fronte das pessoas, logo essa prática foi alvo de uma avalanche de notícias falsas (ex.: a memória das pessoas seria apagada ou que chips seriam implantados no momento da aferição da temperatura). Essas notícias ganharam tamanha proporção que afetou completamente os protocolos, agora, a temperatura era aferida apontando os termômetros para o braço, mãos e demais partes do corpo de forma inadequada, interferindo na precisão da medição. Curiosamente, a maioria das pessoas nem sequer imaginavam que esses termômetros, na verdade, medem a radiação IR que elas próprias estão emitindo, não o contrário. Desse modo, promovemos um curso de extensão fundamentado nos Três Momentos Pedagógicos (problematização inicial e organização e aplicação do conhecimento), para capacitar licenciandos da área de ciências da natureza e demais interessados sobre o que é radiação IR e suas aplicações tecnológicas, com especial atenção aos termômetros IR. Dentre os principais resultados obtidos, destaca-se a melhor compressão da funcionalidade dos termômetros de IR e a percepção de que as pessoas em geral estão envoltas de dispositivos, como o controle remoto e as câmeras de vigilância, que emitem, de fato, radiação IR e que elas não se dão conta por não enxergarem nessa faixa do espectro eletromagnético, mas que uma simples câmera de celular permite a visualizar dessa emissão.