Esse trabalho é fruto de uma tentativa de pesquisa em uma escola pública na cidade de Mamanguape, Litoral Norte da Paraíba, onde pude, em 2017, ainda enquanto aluno indígena potiguara desaldeado da referida instituição escolar, notar a importância da pauta sobre sexualidade dentro da escola, visto que naquele contexto fui alvo de homofobia e discursos discriminatórios por parte de alguns alunos/as, docentes e funcionários. A tentativa de implantar o projeto residiu na importância de construir novas possibilidades de descolonização das sexualidades em vista das raízes colonizadoras que pairam, sobretudo, na representatividade dos povos originários nos livros didáticos, quanto no ambiente educacional. A metodologia utilizada parte do relato de experiência ora enquanto ex-aluno da instituição escolar (2017), ora enquanto aluno do Estágio Supervisionado em História (professor estagiário) (2022/2023), em que percebi duramente que infelizmente ainda há uma forte resistência por parte de alguns docentes quando se retrata em diversidade atrelada às diversidades sexuais e ao pertencimento étnico-racial. Balizando a discussão, os referenciais teóricos foram Michel Foucault (1998), Guacira Lopes (2003), Estevão Fernandes (2017), Elder Silva (2021), Isabella Alves (2021), Alexandre Bortolini (2011), Murilo Digiácomo (2011), entre outros. Em suma, esperava-se a correspondência desta pesquisa quantitativa, entretanto, o barramento e rejeição da temática foram marcantes, principalmente por também identificaram que a retomada do tema era proposta por um estagiário indígena gay e que a escola estava sob demanda de pauta mais “importante” como os jogos escolares. Concluímos que após cinco anos, tem-se o mesmo cenário opressor, discriminatório e recluso de pautas sobre saberes, víveres e sexualidades nessa escola em específico, mas cujo reflexo remete-se às marcas de uma sociedade ainda fechada a esses debates, enraizada historicamente nessa lógica colonizadora em diversos setores da sociedade, mormente na educação.