O termo Cultura da paz, utilizado desde 1999 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO - tem sido temática de extrema relevância nas discussões de diversas áreas, dentre elas a de educação, foco deste trabalho. Nesse sentido, Cultura da Paz constitui um conjunto de valores, atitudes, modos de comportamento e de vida que apostam no diálogo e na negociação como forma de prevenção e combate à violência, visando a resolução de conflitos e a promoção de uma convivência pacífica. Esse movimento tem em Marshal Rosemberg um de seus principais teóricos, o qual constitui referência principal desta pesquisa, realizada na Rede Municipal de Ensino de Campinas, cidade metropolitana, situada no interior do Estado de São Paulo. Trata-se de política pública implementada no ano de 2016 que permanece em vigor e que fundamenta-se no papel social da escola, enquanto espaço de convívio, formação humana e cidadã. Este trabalho apresenta um recorte, da Política de Cultura da Paz implementada pelo Núcleo de Ação Educativa Descentralizado – Sudoeste, em parceria com diversas instituições, dentre elas o Ministério Público do Estado de São Paulo, em duas Unidades Educacionais que atendem crianças e adolescentes do Ensino Fundamental. A pesquisa realizada, encontra-se em andamento e tem por base a análise documental dos registros realizados em reuniões semanais junto aos educandos, bem como, nos registros internos das unidades educacionais, relatos dos participantes dos encontros e materiais produzidos, onde são abordadas questões relativas à temática das relações étnico-raciais, gênero, construção da identidade, protagonismo jovem, escuta empática, respeito à diversidade, dentre outros. Os resultados preliminares apontam para uma melhoria significativa na resolução de conflitos no interior das Unidades Educacionais, bem como para uma efetiva participação dos jovens nos processos de tomada de decisões e na busca de soluções para a vida escolar e em comunidade.