SANTOS, Josimar Monteiro. A virada ontológica da geografia. Anais do XV ENANPEGE... Campina Grande: Realize Editora, 2023. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/94236>. Acesso em: 23/12/2024 08:06
O presente texto aborda a relação entre investigação sobre a fundamentação ontológica e epistemologia na Geografia. Essa relação emerge no contexto da renovação ocorrida na ciência geográfica a partir da década de 1970, isso porque, foi em meio aos debates epistemológicos conduzidos pela Geografia crítica e pela Geografia humanista que a ontologia passou a ser considerada expressamente na ciência geográfica. O texto desenvolve uma via problematização crítica sobre o modo com o qual a ontologia foi assimilada na Geografia. Essa leitura crítica da assimilação da ontologia na Geografia toma como referência a distinção entre ontologia e epistemologia existente no pensamento de Martin Heidegger, pois, para o filósofo a ontologia não se confunde com a epistemologia. O cerne da problemática que justifica o presente texto pode ser expresso nos seguintes termos: no contexto dos debates teóricos da Geografia na década de 1970, o modo com o qual se efetivou a assimilação da ontologia, encerrou uma epistemologização da ontologia nessa ciência, limitando o alcance do pensamento de Heidegger na ciência geográfica. Sendo assim, a distinção estabelecida por esse filósofo entre epistemologia e ontologia não foi considerada pelos geógrafos. Isso impõe a necessidade de se retomar o problema da fundamentação ontológica da Geografia, tal como Heidegger visou retomar a questão sobre o sentido do ser em “Ser e Tempo”. Por isso, o presente artigo objetiva contribuir com a “reabilitação” da investigação ontológica da Geografia, por meio de uma virada ontológica na Geografia.