As mudanças nas dinâmicas político-econômicas e a disseminação mundial do neoliberalismo influenciaram a reformulação do padrão de organização e acumulação da indústria, obrigando-a a se subordinar às redes globais de produção e acentuando sua dependência externa. O objetivo do trabalho é compreender as novas relações entre indústria e território no Ceará. A metodologia foi realizada por meio de levantamento bibliográfico, documental e estatístico, bem como trabalho de campo. Os resultados e a discussão mostram as modificações das relações entre produção e território cearense, no contexto das dinâmicas político-econômicas do país e do mundo nos últimos vinte anos. Esse processo aconteceu de maneira desigual, pois mesmo com a chegada de inúmeros investimentos e com a inserção do estado em circuitos produtivos nacionais e redes globais de produção, houve a manutenção da concentração na RGI de Fortaleza. As contradições e desajustes da atividade produtiva no território estadual podem ser explicados pelo aproveitamento das vantagens competitivas e das economias de aglomeração oferecidas pela Região Metropolitana de Fortaleza, bem como por sua situação geográfica, o que reflete na consolidação de importantes configurações espaciais produtivas, como o CIPP e o SIL de confecção do vestuário de Fortaleza. O trabalho conclui que é possível entender a organização espacial e funcional da produção por meio das novas relações entre produção, território e escala, que apontam para novos caminhos interpretativos das atividades econômicas a partir da Geografia.