O ensino de Genética, ainda no século XXI, tem ocorrido de forma restrita aos relatos dos experimentos mendelianos e na resolução de exercícios que apresentam aos estudantes os desdobramentos das pesquisas, incluindo temas como interação gênica, alelos múltiplos e anomalias clínicas. Porém, com a pandemia da Covid-19 ficou mais evidente a necessária renovação do ensino de Genética, na educação básica: práticas pedagógicas capazes de realizarem a mediação entre os conteúdos científicos, escolares e a realidade. Por meio da metodologia de problematização do Arco de Charles Maguerez, os docentes podem capacitar os estudantes a verificarem o contexto e a partir da formulação de questionamentos, estruturarem ações que levem a um aprendizado, alinhado com o que almeja a base nacional comum e curricular (BNCC), seja para a continuidade dos estudos a nível de graduação, como também para a formação cidadã. Deste modo, o objetivo deste trabalho consistiu em apresentar a metodologia do Arco de Maguerez como recurso didático no ensino de temas da Genética. Para alcançar tal objetivo, foram estruturados dois modelos de sequências didáticas: no primeiro, a problematização da realidade são as pandemias, surtos e endemias virais, com a pergunta: como surgem os vírus e seus subtipos? No segundo, como funcionam as vacinas e porque para algumas doenças é necessário a aplicação de doses de reforço ou até mesmo a elaboração de novas vacinas. A partir destas situações, foram produzidas sequências de ensino, buscando introduzir a genética mendeliana e a nova genética e intercessões interdisciplinares, com evolução das espécies, ecologia, imunologia e biotecnologia, e os pressupostos de Paulo Freire, sobre os temas geradores. A partir dos modelos produzidos, espera-se que haja a apreensão das ideias aqui discutidas para serem reestruturadas e aplicadas em outros espaços educativos