Quando dialogamos sobre o futuro da escola, o repensar de políticas e de práticas ali desenvolvidas, automaticamente, podemos colocar o ensino de filosofia em questão. Partiremos do pressuposto teórico-metodológico o qual trata da realidade como um resultado de ação ou ações dos sujeitos sociais ao longo de sua história. Inspirados, na categoria da Organização do Trabalho Didático, desenvolvida pelo professor Gilberto Luiz Alves, ao analisar as características da escola pública contemporânea, percebemos que o ensino de filosofia, dada em sua maioria no ensino médio público do país, ainda segue a metodologia desenvolvida pelo autor moderno João Amós Comênio (1592-1670) ao revolucionar a escola em sua época. A maioria dos docentes, planejam e conduzem suas aulas a partir do que é posto e dado pelos manuais didáticos escolhidos pelas escolas. Tal como, Comênio desenvolvia em sua época. Isso, provavelmente, acontece por motivos de: defasada proposta dos cursos de licenciaturas, falta de tempo para planejamento e aplicação das aulas, insistência no ensino tradicional, àquele mecânico de reprodução de conhecimentos prontos. Porém, o ensino de filosofia necessita de uma abordagem mais crítica, voltada ao debate, fazendo jus as suas raízes emancipatórias. É pensando nisso, que propomos uma superação do uso excessivo dos manuais didáticos através da utilização de excertos dos originais textos clássicos da filosofia. Ao analisar historicamente o ensino de filosofia, dentro do contexto dos currículos antigos e atuais do Brasil, percebemos não somente uma defasagem com relação a sua presença, mas também, uma desvalorização da disciplina e da potencialidade que ela pode promover na vida dos jovens estudantes. Visto isso, para que a proposta possa realmente acontecer dentro das escolas, seria necessária uma formação de professores, consistente e capaz de superar os grilhões que estagnam o processo de ensino-aprendizagem nesta disciplina.