Os estudos sobre a empatia têm crescido nos últimos anos. Entretanto, poucas são as pesquisas que enfocam a empatia em pessoas neurodiversas, especialmente nas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Por esse transtorno trazer como principal característica os déficits na comunicação e interação social, inicialmente estudiosos acreditavam que os autistas não tinham empatia. Contudo, pesquisas atuais não corroboram com essa afirmação. Mas, o que pensam os próprios autistas a respeito da empatia? Para responder essa indagação, analisou-se, no presente trabalho, os relatos publicados no Instagram de jovens e adultos autistas sobre a variável empatia. Trata-se de uma pesquisa de análise documental, na qual foram submetidas à Análise de Conteúdo de Bardin as publicações de 27 perfis, coletadas entre o período de janeiro a dezembro de 2021. Com a colaboração de três juízes, o material foi sistematizado em três categorias: Sentimentos empáticos de pessoas autistas; Dificuldades na interpretação de sentimentos e na socialização; e Mais empatia pelos autistas. Os resultados da análise dessas categorias revelaram que nos posts publicados pelos autistas há a menção de que eles sentem empatia, porém podem expressá-la de forma diferente. Também há citação de que muitos podem ter dificuldades para interpretar os sentimentos do outro e para socializar, mas que isso não anula o sentimento empático. Ainda, há relatos que defendem que os autistas precisam ser tratados de forma empática. Espera-se que esse estudo possa colaborar com a ampliação do conhecimento sobre a empatia e com a quebra do estigma de que autistas não sentem empatia.