O imperativo da pandemia por Covid-19 e a necessidade de medidas de mitigação do espalhamento da doença, impôs modificações em relação a oferta de ensino escolar com consequências ainda no contexto contemporâneo. O artigo aqui proposto tem por objetivo mapear as características da oferta de atividades pedagógicas não presenciais na área de ciências e a transição para o retorno às atividades pedagógicas presenciais, através de oferta de ensino pela modalidade ensino híbrido. Um segundo objetivo é analisar as condições de trabalho de professores de ciências durante a oferta de atividades pedagógicas não presenciais e durante o ensino híbrido. Para tanto, foi aplicado questionário, com sessão de respostas fechadas e abertas, para docentes de Ciências da Natureza atuantes no Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e professores de Ciências da Natureza e suas Tecnologias no Ensino Médio. Trata-se de estudo exploratório que adotou como critério de inclusão de participantes: 1- ser professor atuante de disciplina de ciências da natureza ou ciências da natureza e suas tecnologias na Educação Básica; 2- ser professor em escolas públicas situadas no município ou estado do Rio de Janeiro. Os resultados apontam que houve redução dos conteúdos curriculares para os distintos anos de escolaridade e que a falta de apoios pedagógicos disponibilizados pelas unidades escolares ou construídos pelos professores surtiram impacto negativo durante a realização das aulas. Os professores ainda apontaram como dificuldades dos alunos para participação e engajamento no ensino remoto e ensino híbrido: 1- falta de acesso à internet; 2- falta de acesso à pacote de dados; 3- necessidade de conciliar estudos com trabalho e/ou cuidado de crianças ou idosos; 4- dificuldade com a linguagem das plataformas adotadas pelas redes para veiculação das aulas; 5- questões de fundo emocional de alunos que perderam familiares e amigos durante a pandemia.