Este trabalho aborda um projeto de intervenção numa escola quilombola, pensado com o objetivo de superar as dificuldades apresentadas pelos estudantes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental em relação à leitura e à escrita. A falta de políticas públicas e investimentos voltados para as comunidades quilombolas, segmento da sociedade marcadamente atingido pelas desigualdades raciais e sociais, impactam de forma severa a vida dos estudantes quilombolas. Essas carências ficaram ainda mais visíveis com a pandemia, com comprometimento da construção de habilidades como a leitura e a escrita. Desde sua formação inicial os quilombos apresentaram-se como espaços de rebeldia e enfrentamento ao colonialismo. Atualmente, os remanescentes dos antigos quilombos, espalhados por todo o Brasil, não representam restos de um passado quilombola derrotado. Ao contrário, essas comunidades estão ativas e persistem com lutas para manter viva a cultura vinda dos diversos países do continente africano aqui ressignificada. A contação de histórias, a partir de livros de autoria negra e indígena, é a estratégia metodológica desse projeto, numa perspectiva dos letramento literário, ideológico e racial crítico, buscando o desenvolvimento das habilidades da leitura e da escrita, bem como o fortalecimento da identidade quilombola dos estudantes. Ainda não temos resultados conclusivos, pois o projeto encontra-se em fase de andamento.