A RELAÇÃO ENTRE LITERATURA E HISTÓRIA AINDA HOJE DESPERTA MUITOS DEBATES, MUITOS ESTUDIOSOS INSISTEM EM COLOCÁ-LAS EM LADOS OPOSTOS; JÁ OUTROS, BUSCAM EVIDENCIAR AQUILO QUE AMBAS TÊM EM COMUM. O CERTO É QUE TANTO UMA QUANTO A OUTRA SÃO NARRATIVAS CRIADAS PARA DAR SENTIDO AOS FATOS, A MANEIRA COMO CADA UMA UTILIZA ESSES FATOS É O QUE AS DIFERENCIAM. NESSE CONTEXTO, ESTE TRABALHO TEM COMO OBJETIVO ESTABELECER UM DIÁLOGO ENTRE LITERATURA E HISTÓRIA A PARTIR DO LIVRO DIÁRIO DE BITITA, DE CAROLINA DE JESUS. O LIVRO EM QUESTÃO É MEMORIALÍSTICO, DESSE MODO, BITITA (APELIDO DE INFÂNCIA DE CAROLINA) RELEMBRA EVENTOS QUE FORAM SIGNIFICATIVOS EM SUA INFÂNCIA. POR SE TRATAR DE UM LIVRO AUTOBIOGRÁFICA, ESSE TEXTO LITERÁRIO É PERMEADO POR FATOS HISTÓRICOS, CONTUDO, ESSES FATOS SÃO NARRADOS A PARTIR DE UM NOVO OLHAR, OU SEJA, DE UMA OUTRA PERSPECTIVA. PARA ALCANÇARMOS NOSSO OBJETIVO, CONTAREMOS COM OS APORTES TEÓRICOS DE WHITE (2001), VEYNE (1998), DAVIS (2016), MEIHY E LEVINE (2015), FERNANDEZ (2019), ENTRE OUTROS. DIANTE DE NOSSA ANÁLISE, PODEMOS CONSTATAR QUE A MENINA BITITA TRAZ UMA NOVA PERSPECTIVA SOBRE OS EVENTOS HISTÓRICOS APRESENTADOS POR ELA, TENDO EM VISTA QUE OS NARRA COM UM OLHAR DE DENTRO, OU SEJA, DE QUEM PRESENCIOU E VIVENCIOU VÁRIAS SITUAÇÕES, ESPECIALMENTE RELACIONADAS AO RACISMO, AO SEXISMO E AO PRECONCEITO DE CLASSE.