REFLETIR SOBRE A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA QUE TRAZ À LUZ VIVENCIAMENTOS DE UM CONTEXTO HISTÓRICO VIOLENTO, É BUSCAR COMPREENDER REMINISCÊNCIAS DE OUTROS QUE SE APROXIMAM OU RESSIGNIFICAM NOSSAS PRÓPRIAS VIVÊNCIAS. NESTE CONTEXTO, PENSAR SOBRE A RECONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA FAZ-SE RELEVANTE, ESPECIALMENTE, QUANDO SE VOLTA O OLHAR PARA TEMPOS CATASTRÓFICOS COMO FOI A DITADURA FRANQUISTA. SOBRE A MEMÓRIA IZQUIERDO (2018), OBSERVA QUE ELA PODE SIGNIFICAR UMA “AQUISIÇÃO, FORMAÇÃO, CONSERVAÇÃO E EVOCAÇÃO DE INFORMAÇÕES”. PARA SARLO (2007), REMEMORAR O TEMPO PASSADO É ALGO CONFLITUOSO, UMA VEZ QUE A HISTÓRIA E A MEMÓRIA SE FAZEM CONCORRENTES. PARA ASSMANN (2011), APÓS REFLEXÕES SOBRE A RELAÇÃO DAS MEMÓRIAS COLETIVAS DE HALBWACHS E AS PERCEPÇÕES DA MEMÓRIA HISTÓRICA DE PIERRE NORA, OBSERVA A POSSÍVEL COMPLEMENTARIEDADE ENTRE AMBAS, ESPECIALMENTE NO QUE CONCERNE ÀS INDIVIDUAIS. NESSE CONTEXTO, ASSMANN TRAZ À LUZ TERMOS COMO MEMÓRIA HABITADA E MEMÓRIA CUMULATIVA PARA PENSAR A RELAÇÃO ENTRE MEMÓRIA E HISTÓRIA. MEDIANTE ESTA PERSPECTIVA, ESTE ARTIGO VISA REFLETIR SOBRE A RECONSTRUÇÃO DAS MEMÓRIAS DO PERSONAGEM EL LUTE NO TEXTO LITERÁRIO QUE TEM EM SEU CERNE EXPRESSÕES DAS DIFERENTES VIOLÊNCIAS EXECUTADAS PELOS ALGOZES DO SISTEMA FRANQUISTA ESPANHOL, CUJO PERSONAGEM AS EVOCA POR MEIO DAS RECONSTRUÇÕES MEMORIALÍSTICAS. PARA TANTO, A TEORIA SE ASSENTA TAMBÉM EM FOUCAULT (2013); GINZBURG (2013); (KEHL, 2004); CASANOVA (2002) E CRETTIEZ (2009). ASSIM, NA NARRATIVA, IDENTIFICOU-SE AS EXPRESSÕES DE DIVERSAS ATROCIDADES EXECUTADAS PELOS FRANQUISTAS NA FAMÍLIA DO PERSONAGEM, PERPASSANDO PELA FOME, DESCASO COM RELAÇÃO À SAÚDE E TORTURAS, DENTRO E FORA DOS CÁRCERES ESPANHÓIS. VERIFICOU-SE A PRESENÇA DE VIOLÊNCIAS QUE DEIXARAM CICATRIZES TANTO NA MEMÓRIA INDIVIDUAL COMO NA COLETIVA.