INTRODUÇÃO: A CRISE NA EDUCAÇÃO NÃO É UM FENÔMENO ISOLADO NO MUNDO MODERNO, TAMPOUCO UMA SITUAÇÃO ESPECÍFICA DE DETERMINADOS PAÍSES, MAS SIM UM PROBLEMA QUE ACOMPANHA A CRISE DA RELIGIÃO, TRADIÇÃO E AUTORIDADE, QUE SE TORNOU UM PROBLEMA POLÍTICO DO SÉCULO XX E PERDURA ATÉ OS DIAS DE HOJE, TENDO EM VISTA A INCAPACIDADE DOS LÍDERES POLÍTICOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE RESOLVÊ-LO (ARENDT, 2016). OBJETIVO: DISCUTIR A CRIAÇÃO NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA A PARTIR DO PENSAMENTO DE HANNAH ARENDT. METODOLOGIA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA EM ESPECIAL DA OBRA ENTRE O PASSADO E O FUTURO DE HANNAH ARENDT, REFLETINDO E AGREGANDO AUTORES QUE CORROBORAM COM O PENSAMENTO DE ARENDT SOBRE A CRISE E OS DILEMAS NA EDUCAÇÃO, TAIS COMO MÉSZÁROS, KUENZER E FREIRE. DESENVOLVIMENTO: DENTRE OS INÚMEROS PROCESSOS QUE CORROBORAM PARA A CRISE NA EDUCAÇÃO É VÁLIDO DESTACAR A PERDA DA AUTORIDADE AO LONGO DOS SÉCULOS, NÃO DE UMA AUTORIDADE IMPOSTA PELA VIOLÊNCIA NEM PELA ARGUMENTAÇÃO (PERSUASÃO), NO ENTANTO, DE UMA AUTORIDADE RECONHECIDA COMO LEGÍTIMA E DOTADA DE CERTEZA, A QUAL GUIAVA OS CAMINHOS DA HUMANIDADE. ASSIM, A AUTORIDADE DO PROFESSOR ERA TIDA COMO NATURAL, RESPONSÁVEL, RESIDIA EM APRESENTAR AO MUNDO OS NOVOS INDIVÍDUOS, E GARANTIR A TRADIÇÃO DO CONHECIMENTO PRODUZIDO PELO HOMEM, A FIM DE ORIENTAR E PREPARAR AS NOVAS GERAÇÕES, EM UM EXERCÍCIO DE PREPARAÇÃO ENTRE PASSADO E FUTURO (ARENDT, 2016). POR OUTRO LADO A EDUCAÇÃO FLEXIBILIZADA, QUE PAUTA-SE EM DUAS CORRENTES O PRAGMATISMO, QUE DEFENDE QUE A APRENDIZAGEM DEVE SER DO QUE É PRÁTICO E ÚTIL, PORTANTO ABANDONADA A REFLEXÃO (TEORIA) E O PRESENTISMO, QUE NEGA A HISTÓRIA, LEVANDO O SUJEITO A VIVER O PRESENTE EM SUA COMPLETUDE, DESPINDO-SE DO PASSADO E NÃO OLHANDO PARA O FUTURO. NESTE SENTIDO A EDUCAÇÃO TORNA-SE UM MERO INSTRUMENTO DE REPRODUÇÃO DA LÓGICA MERCANTIL E NÃO ALCANÇA A FORMAÇÃO ONILATERAL DO HOMEM (KUENZER 2016). PORTANTO A EDUCAÇÃO DEVE LEVAR O HOMEM A PRÁXIS, OU SEJA, TEORIA E PRÁTICA ARTICULADOS EM DEFESA DA EMANCIPAÇÃO DO SUJEITO E SUPERAÇÃO DA DISTINÇÃO ENTRE CLASSES SOCIAIS, MITIGANDO O FOSSE ENTRE INCLUÍDOS E EXCLUÍDOS (MÉSZAROS, 2006). CONSIDERAÇÕES FINAIS: PORTANTO É FUNDAMENTAL A SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES EXISTENTES, TODAVIA É PRECISO ROMPER COM A LÓGICA DESUMANA DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA, QUE TUDO TORNA MERCADORIA E DE UM MERCADO LIBERAL QUE SE ALIMENTA DA EXPLORAÇÃO DO TRABALHADOR, ASSIM A EDUCAÇÃO PODERÁ SER VISTA COMO UM INSTRUMENTO DE SOCIALIZAÇÃO, CRESCIMENTO E TORNAR O SUJEITO CRÍTICO E REFLEXIVO DE ESTAR NO MUNDO. RESULTADO: A PARTIR DA LEITURA REALIZADA É POSSÍVEL PERCEBER QUE A CRISE NA EDUCAÇÃO É FRUTO DE UMA CRISE MAIOR, QUE ESTÁ ATRELADA DIRETAMENTE AS FORMAS DE EXPLORAÇÃO DO TRABALHADOR, DA FORMAÇÃO ALIGEIRADA DO SUJEITO E DA EXPROPRIAÇÃO DE SUA CAPACIDADE CRÍTICA E REFLEXIVA, ALÉM DISSO, A ATUAÇÃO PREDATÓRIA DO MERCADO CAPITALISTA E DAS FORMAS DE GOVERNO/ESTADO COMUNGAM COM TAIS PRÁTICAS, PARA TANTO É PRECISO ENTENDER A EDUCAÇÃO COMO UM DESAFIO QUE CAMINHA PARI PASSU COM OUTRA DEMANDAS SOCIAIS, AS QUAIS PRECISAM DESPENDER-SE DAS AMARRAS CAPITALISTAS. REFERÊNCIAS: ARENDT, HANNAH. ENTRE O PASSADO E O FUTURO. 8. ED. SÃO PAULO: PERSPECTIVA, 2016. KUENZER, A. TRABALHO E ESCOLA: A FLEXIBILIZAÇÃO DO ENSINO MÉDIO NO CONTEXTO DO REGIME DE ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL. EDUCAÇÃO E SOCIEDADE, CAMPINAS, V. 38, N. 139, P. 331-354, JUN.2017. MÉSZÁROS, ISTVÁN. A EDUCAÇÃO PARA ALÉM DO CAPITAL. 2. ED. SÃO PAULO: BOI TEMPO, 2008.