Com o presente trabalho viso discutir acerca da trajetória da mulher negra enquanto sujeito de pouca visibilidade e valorização histórico-social com ênfase nos espaços de escolarização. Parto do diálogo com algumas pesquisadoras que buscam desvelar a história da educação, quais sejam: Maria Lúcia R. Muller (2008), no que tange as relações raciais e educação, bem como Arilda Ines M. Ribeiro (2000), com seus estudos sobre diversidade sexual e educação. Esta pesquisa articula-se ao Projeto “Artes do Fazer: Diálogos e Alianças da Afrodiáspora em Redes Educativas”, financiado pelo CNPq – Edital Universal MCTI CNPq 14/2012 e pelo Programa Jovem Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ. Projeto esse que consiste no desdobramento das relações entre as práticas culturais e os processos identitários, entendendo os ambientes educativos de emergência de saberes e de memórias. Com o intuito de contribuir para a produção de conhecimento em torno das práticas e dos processos identitários da afrodiáspora, apoio-me na metodologia utilizada pelo grupo de pesquisa Culturas e Identidades no Cotidiano – “metodologia do encontro” (PASSOS, 2014), que ajudará a compreender como se estabelecem as alianças e os pactos identitários da afro-diáspora, através do diálogo destes sujeitos. Tendo como desdobramentos possíveis, o encontro com mulheres e suas narrativas acerca do tema proposto, buscando contribuições para se pensar ambientes educativos com seus currículos e práticas homogêneas. Pressupomos, tendo Milton Santos como inspirador, que no Brasil, os estudos que têm como foco as relações raciais não podem satisfazer-se com a mera constatação do racismo, mas principalmente contribuir na reparação social do que ele vem causando historicamente, o que pode ser realizado através da socialização/divulgação dos fazeres de sujeitos afro-brasileiros considerados referências éticas e estéticas. Essa discussão permite-nos observar a relevância da presença do negro nos espaços de escolarização, investindo em uma educação pela/para e na diferença.