Este trabalho tem como lugar de investigação a Educação de Jovens e Adultos – EJA. Traz parte da discussão teórica da pesquisa vinculada ao Mestrado Profissional em Formação de Professores – MFP/UEPB, intitulada “Marcas de oralidade em produções textuais na Educação de Jovens e Adultos: um estudo de caso”. Trata-se de uma modalidade de ensino que acolhe um público ao qual foi negado o direito à educação durante a infância e/ou adolescência, seja pela oferta irregular de vagas ou pelas condições socioeconômicas desfavoráveis, que induzem ao mundo do trabalho precocemente. As inadequações do/ao sistema educacional também surgem como fatores relevantes para compreender os altos índices de evasão e repetência que encontramos nas turmas de EJA, principalmente quando a desistência do aluno acontece pelo que é entendido como fracasso escolar, sobretudo nos primeiros ciclos, diante de um difícil processo de construção da escrita.Foi nesse complexo contexto que desenvolvemos essa pesquisa, com o olhar direcionado às marcas da cultura oral que se apresentam nas produções textuais dos alunos, onde esperamos contribuir para a distinção entre os tipos de erros na produção escrita: 1) erros relacionados à estrutura do código alfabético; 2) erros derivados da interferência de diferentes registros do português. De modo a verificar em que medida a avaliação do professor diante do erro do aluno assinala um acidente na construção da escrita ou um preconceito em face de um dialeto regional em particular.Para a construção desse texto, nosso esforço teórico reuniu contribuições dos estudos de Bagno (1999), Senna (2008) e Fagundes (2010), bem como as orientações presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais direcionadas à temática.