FERREIRA, Andreza Da Silva et al.. . Anais do I CONEIL... Campina Grande: Realize Editora, 2020. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/72083>. Acesso em: 22/12/2024 19:56
APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, QUE TEVE SEU FIM EM 1945, OS ESTADOS UNIDOS PASSOU POR UMA SÉRIE DE TRANSFORMAÇÕES ECONÔMICAS E POLÍTICAS ATÉ SE CHEGAR A ESTABILIDADE DE GRANDE POTÊNCIA MUNDIAL. NO QUE DIZ RESPEITO AO CAMPO DAS ARTES, NESSE MESMO CENÁRIO, FERVILHAVA A IDEIA DE OPOSIÇÃO AO PASSADO ARTÍSTICO RETRATADO PELO MODERNISMO E POR SEUS IDEAIS DE ABRANGÊNCIA DO PENSAMENTO ARTÍSTICO. DENTO DESSE CONTEXTO É QUE SURGE O MOVIMENTO DE CONTA CULTURA HIPPIE, QUE SE ESTRUTURAVA EM TORNO DE UM DESCONTENTAMENTO COM A POLÍTICA E COM A SOCIEDADE VIGENTE NO PAÍS, E QUE FOI FORTEMENTE INFLUENCIADO PELA GERAÇÃO BEATNICK. A GERAÇÃO BEAT TEVE INÍCIO POR VOLTA DE 1943, GANHANDO POPULARIDADE NA DÉCADA DE 1950. O ESTILO DE VIDA, REGADO POR SEXO, DROGAS E ÁLCOOL, ADOTADO PELOS JOVENS DESSA GERAÇÃO DESAFIOU AS CONVENÇÕES DA SOCIEDADE AMERICANA E DA IDEIA DO AMERICAN DREAM EM VÁRIOS ASPECTOS. É NESSE CONTEXTO QUE SE INSERE A ESCRITORA ELISE COWEN, SENDO FORTEMENTE INFLUENCIADA POR AUTORAS COMO EMILY DICKINSON E MARY SHELLEY, POR QUESTÕES DE GÊNERO, FOI SILENCIADA DURANTE A EXPLOSÃO DO MOVIMENTO BEAT, ASSIM COMO VÁRIOS OUTROS NOMES DE MULHERES DESSE MESMO PERÍODO. EMBORA SE TENHA POUCAS INFORMAÇÕES SOBRE SUA VIDA E SOBRE SUA PRODUÇÃO ARTÍSTICA, A DESCOBERTA DO CADERNO SOBREVIVENTE DE ELISE COWEN, PUBLICADO POSTUMAMENTE, FAZ POSSÍVEL PENSAR EM NOVOS CAMINHOS DE ABORDAGENS PARA SUAS PRODUÇÕES. ATRAVÉS DE LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO, FOI POSSÍVEL PERCEBER QUE, APESAR DA ROUPAGEM LIBERTÁRIA E REVOLUCIONÁRIA, A MAIOR PARTE DOS TRABALHOS EXITOSOS DE QUE SE TEM CONHECIMENTO PROVINDO DA BEAT GENERATION SÃO DE EXPOENTES MASCULINOS; MAJORITARIAMENTE O TRÍPLICE PODER LITERÁRIO: BURROUGHS (1914-1997), KEROUAC (1922-1969) E GINSBERG (1926-1997). NESSE SENTIDO, BUSCAMOS, COM ESSE TRABALHO, INVESTIGAR COMO O CORPO É REPRESENTADO NA OBRA DA ESCRITORA EM ESPECÍFICO NO POEMA I TOOK THE SKINS OF CORPES, E DE COMO ESSA REPRESENTAÇÃO DAR VOZ A POETA. DESSA FORMA, BUSCAMOS AQUI CONTRIBUIR COM A AMPLIAÇÃO DOS DEBATES SOBRE A GERAÇÃO BEAT, E SOBRE A ESCRITA FEMININA, MAIS ESPECIFICAMENTE ACERCA DA PRODUÇÃO DE ELISE COWEN. PARTINDO DESSE PENSAMENTO, O DESENROLAR DA PESQUISA, QUE SE CARACTERIZA COMO BIBLIOGRÁFICA, SE DEU, INICIALMENTE, ATRAVÉS DA LEITURA DE VÁRIOS LIVROS TEÓRICOS, ARTIGOS PUBLICADOS EM ANAIS, PERIÓDICOS ENTRE OUTRAS PRODUÇÕES. NA SEQUÊNCIA FOI INICIADA A FASE DE ANÁLISE DO POEMA DE ACORDO COM OS OBJETIVOS PROPOSTOS. PARA TANTO, SE FIZERAM NECESSÁRIAS AS CONTRIBUIÇÕES DE WILLER (2010) E SIQUEIRA (2018) E (2019), ENTRE OUTROS. NESTA FEITA, AO CONCLUIR O TRABALHO, SE FEZ POSSÍVEL PERCEBER QUE ELIZE SE APROPRIA DE VÁRIAS FIGURAS PARA CONSTRUIR O POEMA, POSSIVELMENTE PARA RETRATAR A IDEIA DE COSTURA ENTRE POETA E O POEMA. ASSIM, O POEMA I TOOK THE SKINS OF CORPSES PODE SER INTERPRETADO COMO UMA REPRESENTAÇÃO DA POSIÇÃO DAS MULHERES NA CULTURA BEAT, SENDO A IDEALIZAÇÃO DE UM CORPO OU DE UMA BELEZA QUE NÃO REPRESENTAVA A ESSÊNCIA DELAS. TODAS AS MULHERES SILENCIADAS PELA GERAÇÃO BEAT ENCONTRAM-SE REFERENCIADAS NO POEMA DE COWEN, ONDE AS MESMAS NECESSITAVAM ROUBAR “PELES” E “CORPOS” PARA PODEREM TER UMA VOZ PRÓPRIA NA ESCRITA.