O CONCEITO DE CORPO, EM PLATÃO, ENCONTROU INDISCUTÍVEL CENTRALIDADE POR ESTAR ASSOCIADO À PRÓPRIA TEORIA DO CONHECIMENTO DESTE FILÓSOFO. PLATÃO ELABOROU UMA ANÁLISE QUE CONDICIONOU A EXISTÊNCIA NA DIFERENCIAÇÃO ENTRE A ESSÊNCIA E A APARÊNCIA, NESTE SENTIDO, SUA ONTOLOGIA SE BASEIA NESTA DISTINÇÃO QUE, SEGUNDO ELE, SEPARA O CONHECIMENTO DO ENGANO. NO PRIMEIRO, O ACESSO À ESSÊNCIA CONCEITUAL E IMUTÁVEL DAS COISAS. NO SEGUNDO, A IMAGEM, A CÓPIA DO MUNDO IDEAL. JUSTAMENTE NESTE ÚLTIMO QUE SE ENCONTRA O CORPO. ASSIM, EM PLATÃO, EDUCAÇÃO ENVOLVE O APRIMORAMENTO DA ALMA PARA ALÉM DO SENSITIVO. NESTE SENTIDO, DISCUTIR TAL RELAÇÃO SE FAZ ATUAL, PRINCIPALMENTE, PELO FATO DE SE ENCONTRAR HISTORICAMENTE NO CERNE DE DISPUTAS MORAIS PELA LEGITIMAÇÃO DO USO DO CORPO. POR ISSO, ESTE TRABALHO OBJETIVA APRESENTAR A RELAÇÃO ENTRE CORPO E EDUCAÇÃO EM PLATÃO, COMO FORMA DE ENTENDER OS FUNDAMENTOS NORMATIVOS DE TAL RELAÇÃO. O PERCURSO METODOLÓGICO SEGUIDO FOI O DE ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA ENVOLVENDO OBRAS DO AUTOR E DE COMENTADORES DE REFERÊNCIA. OS RESULTADOS DE TAIS ANÁLISES APONTAM QUE EM PLATÃO ENCONTRAMOS UMA ROBUSTA FUNDAMENTAÇÃO A RESPEITO DAS RELAÇÕES RESTRITIVAS DO CORPO. SUA FILOSOFIA SE FEZ COMO BASE PARA A SISTEMATIZAÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO CORPORAL QUE NEGOU SUAS POTENCIALIDADES. ALÉM DISSO, COM O ADVENTO DO CRISTIANISMO E A APROPRIAÇÃO DA FILOSOFIA PLATÔNICA COMO BASE PARA FUNDAMENTAÇÃO TEOLÓGICA, ESSA CONCEPÇÃO DE CORPO FOI ABSORVIDA PELO OCIDENTE CRISTÃO EM SUA GRAMÁTICA CULTURAL. DESTA FORMA, ALÉM DE FONTE DE ENGANO E DE APRISIONAMENTO DA ALMA, O CORPO PASSOU A SER VISTO COMO FONTE DO PECADO.