Os contos de fadas são artefatos simbólicos que interferem, diretamente, na aprendizagem infantil, na medida em que servem como mediadores do desejo e do conhecimento. Desenvolvem a imaginação e a interpretação dos fatos contados, como também contribuem para a reelaboração dos conflitos internos da criança. No presente trabalho, debruçamo-nos sobre o conto Riquete do Topete, de Charles Perraut, com vistas a examinar os conceitos que os sujeitos, presentes na narrativa, têm a respeito do outro e do mundo que o rodeiam. Como arcabouço teórico, escolhemos os modelos atuais da semiótica discursiva, em sua relação com as descobertas psicanalíticas.