Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

REVITALIZAÇÃO DO LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS COMO PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

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Essa dinâmica faz o graduando se questionar o que de relevante pode ser feito para que, mesmo que de modo simples, a realidade do ambiente da escola tenha uma mudança positiva e, de forma mais comum no ensino de ciências, o laboratório aparece como um agente dessa transformação do ensino, mas será que isso realmente ocorre? Dentro desse perfil em que o educador é incentivado a ser um mediador do conhecimento, da mudança e da significação do ensino entra a questão da ligação entre teoria/prática juntamente com o laboratório de ciências e seu papel nesse processo. Gil-Pérez e Valdés (1996) destacam uma série de aspectos que devem ser levados em conta no uso desse espaço que, se bem elaborados, desencadeiam uma formação mais ampla de processos cognitivos. De modo semelhante Rosito (2003) enfatiza que as atividades práticas voltadas para a investigação científica (que não necessariamente são desenvolvidas num laboratório, mas na posse de um o processo é mais dinâmico e efetivo) vão além de aspectos experimentais, se encaixando na complementação de conteúdos levados para a vida. Outro ponto importante relacionado também com essa perspectiva é a função social do ensino, estudantes ensinados a pensar constroem ideias e as têm de forma independente, sendo, portanto, capazes de debater, refletir e ter opiniões críticas a respeito dos mais variados conteúdos, critérios estabelecidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais Para o Ensino Médio (BRASIL, 1999). Esse tipo de relação principalmente através de abordagens ativas em que o professor aceita que o individuo para quem ensina é dotado de pensamento e conhecimentos, de uma carga prévia que excede os muros da escola e que, baseado nelas, ele vai construir as próprias ideias; sendo o professor nesse caso um mediador desse processo (SCHNETZLER, 1994). O que essencialmente leva o graduando a questionar, a refletir de forma crítica sobre o quanto o laboratório de ciências é, de fato, importante no processo de ensino-aprendizagem. Desse modo o objetivo desse trabalho foi promover a revitalização do laboratório de uma escola estadual e avaliar de forma qualitativa seu impacto na vida escolar pós-intervenção. 1- Estudante de graduação do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas. UFAL - Campus A. C. Simões. 2- Orientadora, Professora assistente II da UFAL - Campus A. C. Simões Maceió/Alagoas/Brasil Nessa perspectiva da formação do profissional docente e durante o período dessa vivência do autor, que ocorreu no primeiro semestre de 2018, numa escola pública do Município de Rio Largo - AL foi realizado o Estágio Supervisionado 4, voltado para o ensino de Biologia no ensino médio. Durante a regência foi observado que os estudantes não dispunham de um espaço fora da sala de aula adequado para aulas práticas. Sendo informado da existência de um laboratório e de seu abandono funcional (para ser usado como depósito de livros, instrumentos da fanfarra e materiais para pintura) surgiram inquietações quanto às oportunidades que se teriam naquele espaço e que estavam sendo perdidas e como reverter esse quadro minimamente que fosse. Foi elaborado, portanto, um projeto de intervenção visando a revitalização do laboratório para uso futuro pelas disciplinas de Ciências, Química, Física e Biologia. Os esforços foram voltados para essa atividade uma vez que o laboratório é um importante aliado do ensino das ciências da natureza seja no desenvolvimento apurado do pensamento racional/científico contra o dedutivo/intuitivo (ZIMMERMANN, 2004) seja na elaboração de aulas práticas com finalidade de quebrar a rotina através da experimentação ativa. Carvalho et al. (1998) aponta que o objetivo de tais atividades é funcionar como abertura para novos conhecimentos, através da observação dos problemas e questões apresentadas para que, desse modo, os estudantes comecem a relacionar o que pode ou não estar de acordo com sua atual visão de mundo e construir gradualmente um novo olhar sobre o fenômeno estudado. A metodologia aplicada foi o planejamento e criação de rotina juntamente com a professora supervisora e de estudantes voluntários interessados na atividade e a limpeza e organização ativa do espaço. De modo geral o objetivo foi atingido, durante o processo professores de áreas interessadas se aproximaram para incentivar a iniciativa e agradecer, uma vez que sentiam falta do espaço, mas não de tempo para deixar o laboratório em condições usáveis. Quanto a mudança na vida escolar, esta vai acontecendo aos poucos, acordar a comunidade escolar para a existência de um espaço de ensino na escola que não a sala de aula foi um grande passo e graça a isso eles já começaram a planejar utilizá-lo na feira de ciências para desenvolvimento de atividades voltadas para a Feira de Ciências do Estado de Alagoas (FECEAL). A professora supervisora do ES e demais professores envolvidos, aproveitando o momento novo do laboratório, realizaram uma reunião para solicitar novos materiais para garantir o uso frequente do ambiente e sua futura utilização nos projetos escolares. O êxito na intervenção foi notável trazendo além dos resultados esperados, o envolvimento e contato frequente com os estudantes, aproximando a todos através das tardes de limpeza e organização, oportunizando que, agora, esses indivíduos enxerguem a escola e suas possibilidades com novos olhos e sintam-se apegados ao que ajudaram a construir. Palavras-chave: Estágio Supervisionado, Laboratório de Ciências, Formação Docente, processos ativos de ensino. Referências BRASIL. Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996. LEI DE DIRETRIZES E BASES. Disponível em: http://www.dgrh.unicamp.br/formularios/ldb.pdf. Acesso em: 22 set. 2018 BRASIL. PARAMEROS CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO MEDIO. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf. Acesso em: 22 set. 2018. CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. et al. CIENCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL; O CONHECIMENTO FÍSICO. São Paulo: Scipione, 1998. GIL-PÉREZ, D & VALDÉZ CASTRO, P. INVESTIGACION Y EXPERIENCIAS DIDATICAS: LA ORIENTACIÓN DE LAS PRACTICAS DE LABORATORIO COMO INVESTIGACIÓN: UM EXEMPLO ILUSRATIVO. Enseñanza de las Ciencias, v. 14, n. 2, 1996. ROSITO, Berenice Alvares. CONSTRUTIVISMO E ENSINO DE CIENCIAS: REFLEXÕES EPISTEMOLÓGICAS E METOFOLÓGICAS/ ORGANIZADO POR ROQUE MORAES. 2º Edição. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003."
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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

REVITALIZAÇÃO DO LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS COMO PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO José Wellington da Silva Correia/ton.nillewg@gmail.com/ UFAL¹ Maria Danielle Araújo Mota/UFAL² Eixo Temático: Processos de Ensino e Aprendizagem Resumo A formação docente é uma vivência ininterrupta, uma série de pequenas ou grandes experiências que moldam o perfil do professor. Um dos marcos iniciais desse processo é o Estágio Supervisionado, cujo objetivo é a "prática de atividades ligadas a docência, exercidas em situações reais de atuação nos termos da legislação em vigor [...] que oportunizem pesquisa, planejamento, execução e avaliação de atividades[...]" (BRASIL, 1996. Art. 61). Durante o período de regência tem-se o contato com a realidade das salas de aula tal como é e, diante dessas reflexões, um plano de intervenção deve ser elaborado pelo docente em formação. 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