PROFESSORALIDADE E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE NO CONTEXTO DO PIBID
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Receamos que essa situação se deva, por um lado, a sua recente introdução nas produções científicas nacionais e, portanto, ao seu quase desconhecimento, e por outro, ao desinteresse, sobretudo das autoridades públicas, em fomentá-la, por se tratar de um componente que diz respeito não somente a formação continuada dos professores, mas as implicações qualitativas dessa formação. O objetivo deste trabalho é o de apresentar uma reflexão a respeito da categoria professoralidade em seus elementos básicos. Para isso, discutimos: O que vem a ser professoralidade? Como a professoralidade se expressa na prática profissional dos professores da Educação Básica? A fundamentação teórica desse trabalho se baseia nas acepções de Ferreira (2009) e Morosini (2006). Para a realização esse estudo, partimos de dados reunidos de uma pesquisa de doutorado em Educação, com foco na formação continuada de professores no contexto do PIBID, realizado entre 2014 e 2017 (ROCHA, 2018). A investigação desenvolveu metodologia baseada em uma pesquisa bibliográfica (MENDES; FARIAS; NÓBREGA-THERRIEN, 2011) e no método da história oral temática (MEIHY; HOLANDA, 2014). As técnicas de construção de dados utilizados foram à entrevista narrativa (JOVCHELOVITCH; BAUER, 2010) e notas de observações de campo registrado em um diário (BOGDAN, BIKLEN, 1994; OLIVEIRA, 2014). Para a realização da análise dos dados nos apoiamos na hermenêutica, segundo os ensinamentos de Minayo (2014). Participaram da pesquisa como colaboradoras quatro professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental de distintas escolas públicas localizadas no município de Fortaleza, capital do Ceará, que, ao inserirem-se como bolsistas do PIBID na função de supervisores de licenciandos de cursos de licenciatura em Pedagogia do Centro de Educação da UECE mobilizaram seu desenvolvimento profissional (ROCHA, 2018). Na análise das entrevistas narrativas das professoras nos damos conta de duas manifestações frequentes de professoralidade, que estavam ligados ao modo de planejar e abordar o conteúdo do ensino e as práticas pedagógicas na sala de aula. Nas considerações finais ressaltamos as experiências de formação continuada ocorridas por dentro da profissão e alertando que se não partir dos próprios professores o interesse pela qualificação, e a professoralidade nos ajuda a refletir sobre ela, nenhuma outra categoria social o fará, sejam elas autoridades políticas ou técnicas da educação. Palavras-chave: Professoralidade. Desenvolvimento profissional. Professores da Educação Básica. Referências BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. BOGDAN, Robert C; BIKLEN, Sari K. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994. BRASIL. Casa civil da Presidência. Decreto n. 7.219, de 24 de junho de 2010. Dispõe sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - Pibid e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11738.htm>. Acesso em: 26 fev. 2014. FERREIRA, Liliana S. Professoras e professores como autores de sua professoralidade: a gestão do pedagógico na sala de aula. RBPAE, Porto Alegre, RS, v.25, n.3, p. 425-438, set./dez. 2009. JOVCHELOVITCH, Sandra; BAUER, Martin W. Entrevista narrativa. In: BAUER, Martin W; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som - um manual prático. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2010. p. 90-113. LOPES, Sônia C. Obreiros do progresso ou párias da sociedade? Professores na imprensa pedagógica em fins do século XIX. In: CARDOSO, Tereza F. L. (Org.). História da profissão docente no Brasil e em Portugal. Rio de Janeiro: Maud X; FAPERJ, 2014. p. 79-100. MEIHY, José Carlos S.; HOLANDA, Fabíola. História oral: como fazer, como pensar. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014. MENDES, Emanoela T. B.; FARIAS, Isabel M. S.; THERRIEN, Silvia M. N. Trabalhando com materiais diversos e exercitando o domínio da leitura: a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. In: THERRIEN, Silvia M. N.; FARIAS, Isabel M. S.; NUNES, João B. (Org.). Pesquisa científica para iniciantes: caminhando no labirinto. Métodos de pesquisa. Fortaleza: EdUECE, 2011.p. 25-53. MINAYO, Maria Cecília de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14. ed. São Paulo: HUCITEC, 2014. MOROSINI, Marilia C. (Editora-chefe). ENCICLOPÉDIA DE PEDAGOGIA UNIVERSITÁRIA. Brasília: INEP/RIES, 2006. v 2, p. 400. NÓVO, Antônio. Desafios do trabalho do professor no mundo contemporâneo. São Paulo: Sinpro, 2007. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2012. OLIVEIRA, Rita de Cássia M. (Entre) linhas de uma pesquisa: o diário de campo como dispositivo de (in) formação na/da abordagem (Auto) biográfica. Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos, Salvador, BA, v. 2, n. 4, p. 1-19, 2014. Disponível em: . Acesso em: 19 jul. 2015. ROCHA, Cláudio C. Torquato. Narrativas de professores em situação de desenvolvimento profissional: estudo no contexto do Pibid - UECE. 2018. 325 f. Tese. (Doutorado Acadêmico em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza, 2018. Disponível em: . Acesso em: 26 mar. 2018. SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro, 2016. ZABALZA, Miguel. O discurso didático sobre atitudes e valores no ensino. In: TRILLO, Felipe (Coord.). Atitudes e valores no ensino. Lisboa: Instituto Piaget, 2000. p. 19-97. 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